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Como regar o bonsai

 

 

Como regar o bonsai.

 

Porquê regar o bonsai?

 

A água é essencial para qualquer tipo de vida, mas no caso do bonsai, é mesmo primordial e temos que ter cuidado com a falta ou o excesso de água.

 

Em média, uma planta é constituida por oitenta por cento de água e essa água tem quatro funções essenciais na vida e no crescimento do bonsai.

 

- A fotossíntese, o transporte, a turgidez e a regulação da temperatura.

 

 

Regar o bonsai é crucial.

 

 

Nenhuma planta incluindo o bonsai pode viver sem água. A água é vital para a vida do bonsai.

 

As quatros funções essenciais:

 

1- A fotossíntese;

 

A água alimenta o bonsai graças aos sais minerais retirados do substrato e aos açucares recuperados.

Estes açucares são o resultado de uma combinação do dióxido de carbono que a planta absorve e da energia do sol. Os açucares provenientes deste processo são chamados de hidratos de carbono.

 

O bonsai absorve o dióxido de carbono do ar e liberta oxigénio, o que é muito importante para o ambiente.

 

Todas estas reações são chamadas de fotossíntese.

 

 

2- O transporte;

 

A água entra pelas raízes levando todos os elementos que o bonsai necessita para se alimentar, isto é a seiva bruta.

 

Ao passar pelos caules, a água chega às folhas e deposita os seus nutrientes, tornando-se seiva elaborada. Os vasos do floema são responsáveis pela distribuição da seiva elaborada, que é rica em açucares e aminoácidos.

 

Xilema e floema são os tecidos responsáveis pelo transporte de substâncias nos vegetais.

 

 

 

As plantas utilizam dois mecanismos para transportar a seiva bruta: o efeito de sucção e a pressão radicular.

 

O efeito de sucção:

 

O efeito de sucção esta ligado à transpiração da planta, ou seja, à perda de água sob a forma de vapor que se localiza quase exclusivamente nas folhas.

 

A anatomia das folhas das plantas vasculares mostra a existência de uma cutícula externa impermeável que cobre a epiderme da folha e limita grandemente a evaporação da água.

 

Esta epiderme coberta de cutículas tem pequenos poros ou estômatos, cada um delimitado por duas células cuja função é controlar o tamanho do estômato. Quando os poros estão abertos o vapor de água pode sair da planta.

 

Este facto retarda consideravelmente a descida da seiva, facilitando a sua passagem de um tubo para outro e permitindo uma distribuição homogénea pelo bonsai. A seiva é transportada para baixo ou para os lados.

 

A velocidade da seiva elaborada é mais reduzida do que a da seiva bruta,

 

Mais de noventa por cento da água das plantas é libertada para a atmosfera sob a forma de vapor de água.

 

 

3- A turgescência;

 

Isto é o que dá à planta a sua forma naturalmente. A água que entra na planta penetrando nas células que a compõem cria uma forma e permite que o caule permaneça direito e as folhas tomam o ângulo correto para captar os raios de sol.

 

No caso do bonsai, intervimos para contrariar este fenómeno através da poda e especialmente através da aramação.

 

No caso oposta e como já vimos no caso do ponto de murcha, se o bonsai não tiver água suficiente, murcha e acaba por secar, já não consegue manter a sua estrutura.

 

 

 4 -  A regulação da temperatura;

 

Tal como o corpo humano, o bonsai deve permanecer a uma certa temperatura.

 

Como já vimos, a superfície das folhas é constituida por pequenos orifícios chamados poros, através dos quais entra dióxido de carbono e sai oxigénio e algum vapor de água.

 

Os poros das folhas abrem e fecham, dependendo da temperatura.

 

Têm de estar abertos para deixar entrar o dióxido de carbono e assim deixar sair água, mas se não houver água suficiente, a folha fecha esses poros para poupar água, em contrapartida o dióxido de carbono já não entra e o bonsai já não se pode alimentar, murcha e perde as suas folhas.

 

É a evapotranspiração potencial que ajuda o bonsai a sobreviver em tempo quente, tendo naturalmente a quantidade de água necessária para isso.

 

 

Mas cuidado, em caso de frio intenso a folha é a primeira a sofrer as consequências, ficando queimada e eventualmente irá morrer.

 

Ler artigo original sobre os três segredos para manter o bonsai.

 

A rega do bonsai é o passo principal para o sucesso.

 

Como o vaso do bonsai é muito reduzido, logo não possui grande reserva de água e nutrientes, se não regarmos o bonsai antes de a terra secar por completo, as raízes vão também enfraquecer e as folhas vão murchar e cair, o bonsai pode acabar por morrer.

 

Se as raízes não ficarem completamente desidratadas, ainda haverá tempo para salvar o bonsai com uma rega abundante de seguida.

 

Em contrapartida o excesso de água também pode acontecer e é igualmente prejudicial ao bonsai que não poderá ficar constantemente num substrato húmido.

É principalmente o caso do ginkgo biloba, cujo as raízes são muito sensíveis ao encharcamento.

 

É por isso que aconselhamos sempre o uso de akadama, substrato ideal para o envasamento do bonsai e com a particularidade de ser mais fácil distinguir quando está seco por ficar mais claro ou mais escuro quando está húmido, facilitando assim a tarefa de quem tem a responsabilidade da rega.

 

O substrato deve ser adaptado a cada espécie e idade da árvore, não se pode utilizar a mesma mistura nem a mesma granulometria para um pinus ou para uma azálea.

 

Para garantir uma boa drenagem o substrato deve ser composto de grãos de tamanhos diferentes, de mais ou menos dois a dez milímetros, porque é no espaço criado entre os grãos que vão circular o ar e a água.

 

Cada grão de substrato absorve e retém a água com os respetivos elementos nutritivos, assim quanto maiores os espaços, ou seja, grão grosso, maior será a quantidade de ar e água que irá circular.

 

Num substrato com grãos muito finos como a akadama shohin corre-se o risco do apodrecimento das raízes por asfixia, devido a estagnação da água. Muitos clientes pensam que, por envasar num vaso relativamente pequeno, temos que colocar um substrato com granulometria mais pequena, mas nem sempre é verdade, num vaso com quinze centímetros ou mais é preferível colocar substrato com grão de dois a seis milímetros. Com vasos inferiores de dez centímetros, aí sim, podemos colocar akadama ou kiryuzuna shohin com grão de zero a dois milímetros.

 

Um bom substrato é aquele que absorve a água por capilaridade, como uma pedra de açucar e que consegue retê-la sem por isso ficar encharcado, libertando o excesso que poderia provocar a asfixia das raízes.

 

Ao regar, um bom substrato deve apenas reter a quantidade de água que o grão pode absorver, deixando evacuar o resto pelos furos do vaso.

 

Também não pode perder qualidade ao fim de poucos meses, ficando empapado ou reduzido a pó. Deve estar são e limpo, não conter nenhum resíduo nem micróbios ou bactérias.

 

Um bom substrato não deve ser nutritivo, quer isso dizer que não pode conter nutrientes, assim será mais fácil controlar a fertilização.

 

É por isso que aconselhamos sempre a utilização de akadama hard quality, é o substrato ideal para bonsais.

 

Com PH neutro de 6,5 a 6,9, é insubstituível.

 

É uma argila japonesa de origem vulcânica, composta por grãos reconstituidos e sem nutrientes.

Primeiro a argila é esmagada, cozida e após tratamento e secagem, tem uma estrutura homogênea.

 

Particularidade: a akadama quando seca é de cor clara e quando húmida é de cor escura.

 

As vantagens da akadama são evidentes: drenagem perfeita, conserva a humidade, deixa circular o ar e a água, retém os nutrientes que, como já vimos, são elementos fundamentais para o cresciemento do bonsai.

 

Ler o nosso artigo origuinal sobre o substrato akadama para bonsai.

 

 

Qual a chave da rega?

 

Frequência e qualidade.

 

Quando regar?

 

O número de vezes que devemos regar dependará do tipo de bonsai, da qualidade do substrato, da intensidade do sol que a planta recebe.

 

As plantas que vivem em vaso dependem de nós para crescerem. As raízes precisam de água e de ar e por isso é indispensável deixar secar o substrato entre cada rega.

Por norma só voltamos a regar quando a terra à superfície começar a secar, nota-se pela cor mais pálida do substrato, mais fácil com akadama.

 

É primordial para uma boa saúde do bonsai manter as folhas secas, as folhas húmidas tornam-se folhas doentes, por isso é aconselhável regar de manhã para as folhas terem tempo de secarem durante o dia.

 

Se regarmos à noite, as folhas ficam húmidas durante muito tempo e o bonsai torna-se mais vulnerável a fungos e doenças.

 

Evitar também regar durante a tarde porque corremos o risco de queimar as folhas do bonsai sob o efeito do sol, isso se não tiver nenhuma proteção de sombreamento, claro.

 

Regar como deve ser impõem regar abundantemente, de forma contínua até a água sair pelos furos do vaso e repetir a operação alguns minutos depois para termos a certeza que as raízes estão bem molhadas.

 

NOTA:

 

- Tem que ter em atenção que, quanto mais seco estiver o torrão, mais depressa a água irá sair pelos furos do vaso e, claro, isso não significa que o bonsai está bem regado, pelo contrário e nesse caso é necessário repetir e imsistir durante algum tempo para que as raízes fiquem bem molhadas.

 

Como regar?

 

Regar o bonsai com um regador especial bonsai.

 

Utilizar um regador de ralo fino, sempre virado para cima e regar abundantemente, mas lentamente para dar tempo à água de penetrar no substrato, até sair pelos furos do vaso.

 

Convém sempre regar o tronco e as folhas como se de chuva se tratasse.

 

O regador para bonsai, qualquer que seja a capacidade, tem que ter sempre um tubo de alimentação do ralo muito comprido e reduzido, só assim é que conseguimos a pressão necessária para obter uma rega mais parecida com água da chuva. Quanto mais comprido e mais fino, mais pressão teremos.

 

Ler artigo original sobre o bonsai momento.

 

Regar o bonsai por imersão:

 

Consiste em introduzir o bonsai juntamente com o vaso num recipiente com água durante quatro a cinco minutos, até deixar de fazer bolhas de ar.

 

O nível da água  deve estar acima do torrão do bonsai.

 

Sistema muito eficaz e muito prático e sobretudo muito mais seguro para iniciantes, mas tem o inconveniente de lavar os sais minerais e desperdiçar alguma terra. Com este sistema, de vez em quando temos que acrescentar substrato no vaso, caso contrário e a um determinado momento, as raízes acabam por ficar expostas podendo secar mais depressa.

 

Qual água utilizar?

 

O ideal é água da chuva que apresenta as melhores qualidades naturais e água da fonte que é também muito apreciável. A chuva, que é precisamente a fonte mais natural de água para regar o nosso bonsai. De facto, parte do azoto sob a forma de nitrato e amónio cai à terra quando chove e é, portanto, rapidamente absorvido pelas folhas e raízes das plantas. As gotas de chuva são também ricas em oxigénio. É muito fácil vermos que após um período de chuva, a vegetação começa a crescer como por milagre, contrariamente ao que acontece quando regamos horas seguidas com água da torneira e o resultado é nulo, as plantas não crescem.

 

É, portanto, aos elementos que a chuva contém e ao seu baixo PH, geralmente inferior a 5,5 que as plantas reagem imediatamente.

 

A importância da água na vida.

 

A seca é um fenómeno climático causado por uma precipitação insuficiente numa determinada área durante um período de tempo significativo.

 

Tem um forte impacto na agricultura, reduzindo a produção de cereais e afetando diretamente as atividades pecuárias, resultando na falta de recursos alimentares para o gado e em consequência disso para os seres humanos.

 

Os efeitos da seca podem ser sociais, levando à perda de vidas, conflitos e migrações ou deslocações forçadas provocadas pela fome ou podem ser económicas, causando perda de rendimentos ou de meios de subsistância.

 

A escassez de água é uma importante fonte de conflito, com um número estimado em mil milhões de pessoas a viverem atualmente em zonas de escassez de água.

Desde a antiguidade, as pessoas lutam para viver perto de um grande rio.

A guerra da água é uma questão estratégica e uma fonte de conflito no mundo. Já está  a ser chamado o ouro azul de amanhã.

 

Os efeitos também podem ser ambientais, como demonstrou a escala de incêndios que têm vindo a acontecer de há uns anos para cá, que têm acontecidos em qualquer altura do ano..

 

A degradação das florestas, as invasões de insetos e a degradação da terra através da erosão.

 

Há algumas medidas que podemos adotar ao nível de cada um para poupar água.

 

- Armazenar a água da chuva, mais fácil para quem tiver uma casa, aproveitando a precipitação  a meio da estação, recolhendo-a dos telhados a partir das caleiras e armazenando-a em tanques flexíveis ou reservatórios. Estes tanques são muito práticos e podem ser facilmente adaptados a qualquer terreno., desde que seja plano e são também muito económicos.

 

Na iberbonsai recuperamos a água da chuva das caleiras das nossas estufas, que armazenamos num lago artificial de oitenta mil litros, para regar os nossos bonsais.

 

- Manter a superfície do torrão muito arejada, usando um ancinho, o mesmo que usamos para desembaraçar as raízes, é muito adequado. Caso contrário, o solo torna-se compactado e a água evapora-se muito mais rapidamente, daí a importância de manter a superfície do solo solta. Colocar um substrato duro como kiryuzuna, pómice ou sakadama em cima do torrão também ajuda a reter a humidade no solo, impedindo a compactação quando regamos.

 

- Para evitar ou pelo menos para reduzir a compactação no solo, a rega deve ser feita suavamente, ou seja, sem força, a água deve cair fina e lentamente como uma chuva leve. Ao regar com muito pressão ou muito perto do substrato, estamos a compactar o solo criando uma camada que irá facilitar a evaporação da água. Quanto mais duro estiver a superfície do substrato, mais fácil será a evaporação da água.

- Também podemos proteger o torrão com palha, musgo ou turfa para manter a humidade e reduzir a evaporação.

 

Ler artigo original sobre a água e o bonsai.

 

A água da rede pública necessita descansar durante vários dias para deixar evaporar o cloro.

 

DICAS:

 

A seguir algumas dicas sobre o efeito da falta ou do excesso de água no bonsai:

 

Pouca água: nota-se pela queda das flores. Folhas amarelas com os bordos secos e castanhos. Folhas moles, crescimento nulo.

 

Muita água: Flores meladas, folhas amarelas com pontas castanhas. Folhas moles apodrecidas de cor muito escura. Substrato melado.

 

NOTA:

 

- Nunca deixar água no prato do bonsai, tanto de interior como de exterior, as raízes não podem ficar em contacto com água em permanência, acabam por apodrecer.

 

Para entender melhor temos que perceber como circula a água nas árvores:

 

- A água entra pelas raízes levando todos os elementos que o bonsai necessita para se alimentar, isto é a seiva bruta.

 

- Ao passar pelos caules, a água chega ás folhas e deposita os seus nutrientes, tornando-se seiva elaborada.

 

- Para a seiva elaborada, que flui de cima para baixo, a força da gravidade é o principal condutor. A transpiração foliar é um mecanismo essencial que permite manter o equilíbrio hídrico assim como a regulação da temperatura do bonsai.

 

Somente dez a quinze por cento da água absorvida do solo pelas raízes vai servir a fotossíntese.

 

Ao nível do bonsai, a transpiração depende da superfície de evaporação, ou seja, a quantidade e o volume de folhas assim como da própria constituição da folha, seja fina ou grossa, do clima local, da humidade, do sol, do ar, da temperatura, da luz e outras características que devemos ter em conta. Portanto, no verão e em caso de calor severo e além de proporcionar alguma sombra com um guarda-sol ou uma rede de sombra, podemos reduzir a quantidade de folhas do nosso bonsai para reduzir a evaporação. Sempre deixando uma parte do pecíolo para não danificar o futuro broto nas axilas.

 

AVISO:

 

O ponto de murcha:

 

O ponto de murcha, determina o teor mínimo de água no solo abaixo do qual o bonsai não pode superar a tensão capilar da água. É quando as pontas dos ramos começam a flexionar, é o momento onde devemos regar abundantemente para salvar o bonsai.

Como já referimos noutros artigos, o ligustrum sinensis é o primeiro bonsai a dar sinal de falta de água.

 

PERIGO:

 

O ponto de murcha permanente:

 

O ponto de murcha permanente, representa o teor de água no solo para o qual as folhas do bonsai começam a secar definitivamente e nessa situação poderá já ser tarde regar, neste caso não foram apenas as folhas que desidrataram, mas também os ramos e o bonsai acabam por morrer.

 

 

Regar o bonsai, um passo importante.

 

 

A rega do bonsai também é essencial no inverno.

 

Importante igualmente, é não esquecer de regar o bonsai mesmo numa situação de repouso no inverno. Os dias mais curtos e as noites mais frias fazem, de maneira natural, com que a circulação da seiva vá diminuindo lentamente de intensidade.

 

Mas o bonsai necessita de uma certa taxa de humidade para viver, vigiar com regularidade se o torrão está suficientemente húmido sem estar encharcado.

Sem humidade a raiz vai secar, mas com humidade a mais ela pode apodrecer.

 

Com alguma prática e também alguns erros, ganha-se a experiência necessária para aprendermos a regar o bonsai como deve ser.

Uma estratégia que se consegue com o tempo, é aprender a ter em conta o peso de cada bonsai e saber reconhecer pela diferença de peso quando é necessário regar. De facto, a diferença de peso entre um bonsai com sede e um bonsai sem necessidade de água é brutal, mas só a experiência de cada um pode levar a essa perceção.

 

Comprar regador para bonsai agora.

 

 

 

 

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