7 erros a não cometer no transplante do bonsai
O transplante é um passo essencial na vida do bonsai.
Como regra geral, transplantamos o bonsai de três em três ou de quatro em quatro anos, com o objectivo de substituir o substrato esgotado, podar as raízes para provocar o crescimento de novas raízes mais finas, substituir o vaso para o adaptar ao formato do bonsai, mas é contudo essencial não cometer nenhum dos erros seguintes.
Os erros mais comuns no transplante do bonsai
1- A época:
O primeiro erro, que acontece com muita frequência é o transplante fora do período favorável.
De facto, não é de todo aconselhável transplantar em pleno verão, estaria condenado ao fracasso e porquê?
Muito simplesmente porque o bonsai não suporta o corte das raízes a meio do período de crescimento, o que conduz directamente à restrição no seu abastecimento de água assim como de nutrientes e com a evaporação continuando normalmente a acontecer, o bonsai que se encontra sem recursos, seca e acaba por morrer.
É, portanto muito importante efectuar o transplante no momento certo:
- Para árvores de folha caduca, quando as árvores em estado selvagem perderem todas as suas folhas, o que na nossa região é de Dezembro até ao final de Fevereiro.
- Para as coníferas, será prudente esperar até ao fim do Inverno ou início da Primavera, quando estas árvores produzem mais facilmente novas raízes.
- Para o bonsai de interior ou tropical, o início da Primavera é o melhor momento, imediatamente antes da sua vegetação começar a crescer novamente.
2- O substrato:
O segundo erro é a escolha errada do substrato.
Para um excelente resultado e um transplante bem-sucedido, não podemos pôr em questão a qualidade do substrato, pois esta é a base do sucesso na criação de um aglomerado de raízes finas que, por sua vez, alimentarão os ramos correctamente.
Para a maioria dos bonsais utilizamos Akadama Hard Quality, sem qualquer mistura, pois a akadama é especialmente concebida para o cultivo do bonsai. As principais qualidades da akadama são as suas propriedades de drenagem e retenção de nutrientes. A sua estrutura permita a circulação de água e ar durante vários anos sem compactação. É uma argila japonesa de origem vulcânica, composta por grãos reconstituidos e sem nutrientes.
O facto de não conter quaisquer nutrientes é muito importante, pois permite-nos ter um controlo total sobre o nosso plano de fertilização.
Ler artigo sobre Akadama para bonsai
Utilizamos akadama, sem qualquer outro substrato misturado, para praticamente todas as árvores de folha caduca, excepto aceres e azáleas que requerem um solo mais ácido. Neste caso, misturamos até um terço de kanuma com a Akadama para atingir um PH inferior a 6.5.
A Kanuma é uma argila vulcânica modificada com água mineralizada, que é cozida em fornos a mais ou menos trezentos graus durante uma hora, exterminando assim qualquer microorganismo.
Para coníferas ou resinosas, misturamos até trinta por cento de Kiryuzuna ou de Pomice com akadama. A vantagem da Kiryuzuna é que impede a compactação do substrato e a acumulação de água nas zonas radiculares. Graças ao seu elevado grau de dureza, é particularmente recomendado para o transplante de bonsais que são sensíveis ao alagamento, tais como pinus e juniperus.
Podemos também utilizar Pomice, que é igualmente uma pedra vulcânica cuja dureza do grão impede a compactação do substrato. A Pomice pode ser misturada com akadama.
Ler artigo sobre a Pomice.
3- A Poda:
O terceiro erro é a poda insuficiente das raízes ou dos ramos.
Em quase todos os casos de transplante de bonsai, é essencial podar as raízes e ramos. O objectivo do transplante, como vimos, além de substituir o substrato que esgotou, é estimular o crescimento de raízes novas e mais finas que estão mais próximas do Nébari.
Se as raízes forem podadas em vinte a trinta por cento, é também necessário reduzir a massa foliar nas mesmas proporções, a fim de reduzir a evapotranspiração e favorecer assim a recuperação do bonsai após o transplante.
O que acontece se não reduzirmos os ramos nas mesmas proporções?
O bonsai acaba com mais massa foliar do que raízes, que já não são suficientes para alimentar a quantidade de ramos principais e rebentos secundários, fazendo assim com que o bonsai seque e morra.
Seja qual for a poda que façamos, devemos utilizar sempre ferramentas muito afiadas de modo a fazer cortes limpos e rectos. Se cortamos ramos relativamente grossos, com mais de cinco milimetros de diâmetro por exemplo, é aconselhável a aplicação de uma pasta cicatrizante, que impede a saída da seiva e, sobretudo, elimina a possibilidade de doença ou infecção parasitária.
Ler artigo sobre a cicatrização do bonsai e a pasta cicatrizante
4- Escolher o vaso errado:
Como regra, escolhemos um vaso que é cinco centímetros maior que o vaso que queremos substituir. Por vezes podemos manter o mesmo vaso, quando é possível cortar um máximo de raízes e depois colocar novamente o bonsai no vaso original.
Um vaso demasiado pequeno não favorece o desenvolvimento das raízes, por outro lado, um vaso demasiado grande beneficiará em excesso o crescimento das raízes, que se tornaráo demasiado grandes, o que não é o objectivo.
Importante:
A qualidade do vaso é primordiale, mas mesmo que optemos por um vaso de menor qualidade, devemos sempre certificar-nos de que o fundo é plano para deixar sair o excesso de água, caso contrário, o risco de apodrecimento das raízes é elevado.
Ler artigo sobre vasos para bonsais
5- O método de envasamento:
Este é o quinto erro: transplante rápido e mal feito.
O momento certo e o substrato adequado são um bom começo, mas a forma como se faz o transplante pode ditar o sucesso ou o fracasso do processo.
Tal como explicado no nosso artigo sobre o Transplante, primeiro precisamos de colocar as redes no fundo do vaso, fixos com arame de alumínio anodizado. Deixar pelo menos dois arames pendurados fora do vaso para fixar o bonsai. Em seguida, fazer um pequeno monte de substrato no fundo do vaso e colocar o bonsai no lugar, fazendo pequenos círculos para que a árvore assente correctamente no vaso. Puxar os arames deixados para a fixação e passá-los à volta do pé do bonsai e torcer o arame. Podemos usar um alicate Jin para este serviço.
O mais importante a fazer é introduzir o substrato no interior e entre as raízes com um pau de madeira com uma ponta arredondada de modo a não ferir as raízes.
O objectivo desta operação é evitar brechas de ar entre as raízes, que é frequentemente a razão pelo qual o bonsai seca e morre.
6- Fertilização:
Sexto erro e não o menos grave.
Um erro muito frequente que as pessoas cometem é aplicar um fertilizante logo após o transplante, o que é fortemente desaconselhado, de facto, as raízes recém cortadas não podem beneficiar do fertilizante, pelo contrário, o fertilizante pode causar queimaduras irreparáveis e levar à morte do bonsai.
No máximo, é possível aplicar vitaminas para promover a recuperação após o transplante.
O adubo só deve ser aplicado após o bonsai ter recuperado completamente e quando começar uma nova rebentação.
7- Após o transplante:
O sétimo erro é a falta de cuidados a seguir ao transplante:
Qualquer bonsai que tenha sido transplantado é um bonsai enfraquecido, pelo que devemos protegê-lo de condições desfavoráveis e colocá-lo num local protegido do frio e do sol, em semi-sombra, por exemplo.
Acima de tudo, regar abundantemente após a operação de transplante, a fim de fixar o substrato às raízes e reduzir o risco de bolsas de ar entre as mesmas.
Depois, manter-se vigilante em relação à rega, pois um bonsai transplantado nunca poderá ficar com pouca ou excesso de água.
São os 7 erros a evitar no transplante do bonsai.
A seguir ao transplante e com os meses de Primavera a chegarem, a recuperação deverá ter lugar nos meses seguintes, começando então o bonsai a produzir novos rebentos.
Evitar os erros acima descritos e respeitar os princípios básicos do transplante ajudará o bonsai a sobreviver a esta operação.
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