Bonsai taxus ou teixo.

 

Existem dois tipos de taxus:

 

- o Taxus baccata ou teixo comum;

- O Taxus cuspidata ou teixo do Japão.

 

 

Vem do grego taxus que quer dizer veneno, de facto todas as partes do teixo são tóxica, exceto a parte vermelha do fruto, o arilo, que curiosamente os pássaros podem comer.

 

O taxus é originário da Europa, do norte da África e da Ásia.

 

O taxus ou teixo é uma espécie que vive em clima temperado frio, existindo em Portugal, no seu estado natural, apenas nas zonas montanhosas, em pequenos grupos ou árvores isoladas, em terrenos frescos e profundos por vezes calcário.

 

 

Quais as características do bonsai taxus?

 

 

Possui um tronco grosso e forte, com casca castanho-avermelhado escuro que se desprende com o tempo em tiras ou placas. Produz um grande número de ramos estendidos e quase horizontais, que podem ser pendentes na extremidade. As folhas são lineares, verde-escuras, glabras ou seja sem pêlos, curtamente pecioladas e dispostas no mesmo plano.

 

Folha com dez a trinta milímetros de comprimento e um a três milímetros de largura, com uma nervura média saliente que termina num pequeno mucrão ou seja ponta curta e aguçada.

 

As agulhas que são parecidas com folhas estreitas são opostas nos ramos que se estendem horizontalmente e em espiral nos ramos que crescem verticalmente. A floração discreta é seguida do aparecimento de pequenos frutos notáveis.

 

É uma árvore de folha perene que pode viver várias centenas de anos, podendo mesmo chegar a milenar. Aguenta bem a poda o que representa uma vantagem em bonsai e é muito tolerante aos ventos e à poluição. As folhas vivem até oito anos, são pontiagudas, mas não picantes, muito flexíveis, verde-escuro na parte superior e com listras verde-amarelado na parte inferior.

 

É considerado uma árvore melífera e propício para a alimentação das aves na natureza.

 

É um bonsai de crescimento muito lento. Na natureza pode suportar temperatura negativa até quinze graus centígrados, mas em bonsai e como qualquer outro bonsai de exterior convém protegê-lo a partir dos cinco graus negativos com palha, turfa ou tecido próprio chamado de rede de hibernação e em caso de temperatura negativa prolongada é preferível colocar o taxus num local fora de gelo, mas sobretudo sem aquecimento.

 

Ler o nosso artigo sobre o bonsai e o frio.

 

NOTA:

- O taxus produz um fruto vermelho no outono: é um falso fruto que na verdade é uma semente e é tóxica, embora e invulgarmente a polpa vermelha que se chama arilo seja a única parte do taxus que não seja tóxica e é comestível.

 

Tem uma casca castanho-avermelhado, lisa na planta jovem, tornando-se escamosa e com o envelhecimento esfolia-se em placas.

 

Mas então qual a diferença entre o taxus baccata e o taxus cuspidata?

 

A principal distinção pode ser feita a nível das escamas dos gomos vegetativos que, no caso do taxus baccata são arredondas e intensamente fundidas entre si dando ao gomo uma forma mais gorda, enquanto no taxus cuspidata, as escamas são pontiagudas e ligeiramente fundidas dando assim ao gomo uma forma mais leve.

 

O bonsai taxus é uma conífera de folha perene, de crescimento muito lento que aguenta bem a poda e é muito tolerante à poluição atmosférica, por isso pode ser uma boa escolha para colocar em terraço nas grandes cidades.

 

A madeira do taxus é muito dura e é normalmente utilizada para a escultura por ser muito resistente às fissuras.

 

O taxus baccata contém a baccatine, uma substância muito tóxica para humanos e animais. Consta que na pré-história utilizavam-na como veneno na ponta das setas.

 

É também a matéria primordial para o fabrico de medicamentos utilizado no tratamento contra doenças cancerígenas. Quase metade dos remédios que conhecemos hoje em dia contra o cancro são produzidos a partir da baccatine que é extraída dos ramos novos do taxus baccata.

 

 

Taxus baccata frutos

 

A - Multiplicação por sementeira:

 

Taxus baccata:

 

- Estratificação exterior durante doze a dezasseis meses e sementeira na primavera a vinte e cinco graus centígrados.

A percentagem de germinação é próxima dos cinquenta por cento em condições muito favoráveis. Um grama contém cerca de dez a quinze sementes.

 

Taxus cuspidata:

 

- Imersão em água das sementes durante vinte e quatro horas, a seguir estratificação quente a mais ou menos vinte graus durante noventa a cento e vinte dias, mais estratificação fria de três a cinco graus durante dois a três meses, ou estratificação no exterior durante um ano. Percentagem de germinação de mais ou menos vinte por cento nas melhores das condições. Um grama contém vinte a vinte e cinco sementes. Portanto não é um bonsai muito fácil de conseguir a partir de sementeira.

 

Mas o que é a estratificação e para que serve?

 

A estratificação consiste em guardar as sementes num meio específico, num local quente ou frio dependendo das espécies. A estratificação a frio ajuda a semente a sair do período de dormência, fragilizando o caroço, que fica mais quebradiço. Enquanto a estratificação quente serve para amadurecer o embrião da semente.

 

Na prática, a estratificação consiste em colocar as sementes num saco de plástico numa mistura de areia com turfa fina a razão de cinquenta por cento, ligeiramente humidificada mais ou menos doze a quinze por cento.

 

Colocar o saco plástico num local de três a cinco graus para uma estratificação fria.

 

Ler o nosso artigo original sobre a sementeira do bonsai para comprender o que é a estratificação.

 

 

B - Multiplicação por estaca semilenhosa:

 

É a estaca de mais fácil elaboração. Consiste em retirar as estacas da planta mãe a partir de meados de agosto até início de setembro, cortando ramos de mais ou menos dez a quinze centímetros de comprimento e enterrá-los numa mistura de areia fina e turfa fina.

 

Ler o nosso artigo original sobre como conseguir um bonsai a partir de estaca.

 

Também é possível reproduzir o taxus baccata por enxertia no fim do verão ou alporquia, embora este último processo pode demorar até dois anos para criar raízes e poder ser retirado da planta mãe. O mais fácil será mesmo a prática da estaca semilenhosa.

 

Aramação do bonsai taxus.

 

A aramação efetua-se durante o período de repouso vegetativo, a partir de outubro e até início de março, protegendo a casca, muito sensível do taxus, com rafia antes de aplicar o arame de alumínio anodizado.

 

É necessário estarmos atentos, sobretudo na época de crescimento, para prevenir ferimentos desnecessários na casca, causados pelo arame.

 

Ver como aramar o bonsai.

 

O transplante do bonsai taxus:

 

Em princípio esta operação deverá ser feita a cada três a quatro anos, o torrão deve ter uma camada de raízes à sua volta, se não tiver pode não ser o momento certo para o transplante e terá que esperar mais um ano. O taxus sendo um bonsai de crescimento muito lento poderá esperar facilmente mais um ano para ser mudado de vaso.

 

Como fazer o transplante do bonsai?

 

Ao transplantar devemos escolher um vaso com mais cinco centímetros à medida do vaso antigo.

 

Devemos ter muito cuidado com o substrato. A escolha certa do substrato é garantia da boa saúde do bonsai. O taxus não gosta de excesso de humidade nas raízes, problema que podemos evitar com a utilização de pomice, sakadama e akadama.

Um bom substrato deve reter a humidade necessária e deve garantir a circulação do ar.

Por norma utilizamos akadama hard quality que podemos misturar com pomice até trinta por cento, também podemos obter bons resultados com sakadama misturado com akadama hard quality.

 

 

A poda do bonsai taxus:

 

No espírito do bonsai, temos que manter a planta numa escala reduzida para imitar um exemplar na natureza.

A poda faz parte do processo de miniaturização da árvore em conjunto com o reduzido espaço deixado no vaso.

A poda de manutençaõ, mais leve que a poda de estruturação, consiste em pinçar os novos brotos desde a primavera até ao outono.

O bonsai taxus cria novos brotos com muita facilidade, mas atenção: se desejarmos obter uma boa frutificação, devemos efetuar esta operação apenas a seguir à floração.

 

A principal característica da poda de manutenção é de manter o aspeto visual do bonsai, conforme foi definido pela poda de estruturação.

 

A poda de estruturação do bonsai permite manter a árvore compacta e definida e determinar as bases gerais do tronco e dos ramos principais, que são os elementos decisivos para transmitir a perceção que queremos dar ao nosso bonsai como a força, a elegância, a ligeireza, o movimento... poda que também pode ser realizada ao mesmo tempo que o transplante e assim aproveitar apra conseguir o equilíbrio entre a parte aérea e a parte radicular.

 

Continuar a ler o nosso artigo original sobre a poda de estruturação do bonsai.

 

Podemos realizar a poda de estruturação no taxus no fim do inverno início da primavera. Depois e sobretudo no verão durante a época de melhor cresciemento, devemos efetuar pinçagens regulares dos novos rebentos para favorecer a ramificação, operação que pode ser feita com as unhas, os ramos novos são muito tenros.

 

Convém retirar todos os novos brotos que nascem no tronco e nos ramos para deixar bem evidente a estrutura principal da árvore e sobretudo deixar entra mais luz no interior do bonsai.

 

O bonsai taxus é muito sensível ao apodrecimento das raízes ou Phytophthora, por isso é recomendado uma particular atenção no que toca à rega e respeitar sempre uma dica básica:

- Apenas regar quando o torrão à superfície começar a secar, nota-se pela cor mais pálida do substrao, mais fácil com akadama como já vimos.

 

É também essencial manter as folhas secas do bonsai taxus como de qualquer outro bonsai. As folhas húmidas tornam-se folhas doentes, por isso é aconselhável regar de manhã para dar tempo às folhas secarem durante o dia.

 

Se regar à noite as folhas ficam húmidas muito tempo e o bonsai torna-se mais sensível a fungos e doenças.

De uma maneira geral, regar sempre de manhã e não no fim do dia e evitar regar durante a tarde porque corre o risco de queimar as folhas do bonsai sob o efeito dos raios de sol.

 

Curiosidade:

 

- Na mitologia, o teixo é um símbolo de morte e de vida, muitas vezes usado para ornamentar cemitérios europeus pela sua elevada longevidade, associada à imortalidade.

 

 

O taxus é um bonsai de exterior que necessita de sol e de frio para produzir frutos.

 

O taxus adapta-se a quase todos os estilos de bonsai, mas não se adequa muito bem no estilo hokidashi, estilo de bonsai em forma de vassoura, onde os galhos seguem em todas as direções formando e abrindo-se como um leque.

 

Ver os estilos de bonsai.

 

Consultar ICNF taxus cuspidata