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iberbonsai a sementeira do bonsai

 

A sementeira do bonsai.

 

O bonsai e o cultivo.

 

A arte do bonsai é a réplica duma árvore na natureza.

 

Pén Tsai em chinês, são árvores retiradas da natureza e plantadas em vasos pintados à mão.

É no século XIX que aparece na Europa, na exposição universal de Paris em 1878 e na exposição de Londres em 1909.

 

Consegue-se um bonsai com a poda das raízes e dos ramos e a aramação dos ramos com arame de alumínio anodizado ou de cobre cozido.

 

O espírito e a arte do bonsai: o bonsai convida à contemplação, à tranquilidade de espírito.

É uma sensação de calma que se consegue com a simples observação de uma árvore, a escuta do vento nos ramos ou do sussurro da água num rio, a admiração do pôr-do-sol.

 

São formas muito simples de relaxar a mente e restabelecer uma ligação com a natureza.

 

Continuar a ler artigo original sobre a arte do bonsai.

 

Existem vários métodos para conseguir um bonsai, a sementeira, as estacas, a alporquia, o enxerto, o pré-bonsai e o mais rápido o yamadori.

 

 

Devemos sempre privilegiar a sementeira do bonsai.

 

A sementeira é a técnica mais interessante no bonsai por ter várias vantagens em relação aos outros métodos.

 

- Primeiro temos a certeza da idade do nosso bonsai porque sabemos sem dúvida alguma, quando nasceu o primeiro rebento;

 

- Segundo é o procedimento mais seguro para obtermos um nebari mais bonito, as raízes irão engrossar de modo natural, sem nunca se ver diferenças no diâmetro e não haverá cortes, a raiz afunila naturalmente, o futuro nebari irá ampliar de forma regular bastando para isso dirigir as raízes em forma de estrela a cada transplante;

 

- Terceiro é um legado original que deixamos às futuras gerações, o processo pode perdurar várias gerações, visto o bonsai ser uma planta viva, sempre em crescimento, a sua respetiva formação nunca será considerada como terminada e definitiva. A formação de um bonsai nunca está concluída, todos os anos devemos proceder a determinadas tarefas a fim de obter o modelo e estilo pretendido. Não se pode pensar criar um bonsai com rapidez, só o tempo e a paciência darão resultados ao longo dos anos;

 

- Quarta, é uma técnica que não envolve uma grande despesa, basta comprar as sementes e seguir as nossas indicações para conseguir o primeiro bonsai. Se tiver dúvidas, basta contactar-nos e ajudaremos na medida do possível.

 

Em março- abril é a altura das sementeiras de bonsai, podemos conseguir quase todos os bonsais a partir de semente.

 

Vamos neste artigo tentar explicar como podemos conseguir um bonsai de maneira simples.

 

A sementeira ou Misho em japonês é a melhor maneira de obter um nebari perfeito, contrariamente ao método de estacas e alporquia.

 

Ler artigo original sobre o nebari do bonsai.

 

Mas quais as possibilidades que temos para conseguir um bonsai?

 

Para se ter sucesso na réplica duma árvore, temos vários meios à nossa disposição.

 

Este é o caso do pré-bonsai, mas também da sementeira, das estacas, da alporquia e da enxertia.

 

- O pré-bonsai:

 

É uma planta que pode ser transformada em bonsai num curto espaço de tempo, normalmente apenas alguns anos são suficientes, dependendo da originalidade da planta do início. Por vezes encontramos árvores em viveiros que oferecem excelentes oportunidades e com um pouco de tempo e imaginação é fácil transformá-las em bonsai, bastando para isso praticar uma poda adequada e aramar os ramos para determinar a silhueta desejada.

 

O pré-bonsai é a forma mais rápida de obter um belo bonsai num curto espaço de tempo. Claro que o yamadori é ainda mais rápido, mas não praticamos essa técnica por razões de conservação da natureza e os cortes nos ramos mais fortes serão sempre visíveis, dificeis de esconder. Preferimos produzir as nossas próprias árvores ou comprá-las a viveiros responsáveis.

 

O cultivo do pré-bonsai implica pensar no que queremos obter da árvore como um bonsai no futuro. Para além do facto de ser cultivada num vaso de cultivo normal e não num vaso raso, a árvore pré-bonsai pode ser podada e aramada pensando na forma futura que imaginamos.

 

Na iberbonsai temos uma gama de pré-bonsai de acer, oliveiras, liquidâmbar, pinus thunbergii, macieiras e muito mais.

 

Ler o nosso artigo original sobre o pré-bonsai.

 

- A estaca:

 

É um método frequentemente utilizado para multiplicar muitas plantas e especialmente o bonsai. Por exemplo, no nosso viveiro propagamos os seguintes bonsais por estacas: ilex aquifolium, juniperus sabina tamariscifolia, juniperus chinensis, juniperus chinensis itoïgawa, serissa phoetida variegata, ulmus seiju, cotoneaster coral beauty e salicifolia, camélia raimbow e kimberley, azaleas, prunus Kojo no Mai, taxus baccata etc...

 

Mas o que é uma estaca?

 

Uma estaca é uma parte de uma planta como tronco, ramo, folha ou raiz que é removida de uma planta-mãe e cujo objetivo principal é a obtenção de raízes para criar uma nova planta. Neste caso, a estaca produz as suas próprias raízes.

 

A vantagem das estacas sobre as mudas de sementeira é que temos a garantia de obter uma planta com a mesma composição genética que a planta-mãe, ou seja, temos a certeza de ter exatamente a mesma variedade, como no caso do acer deshojo por exemplo.

 

Por outro lado, é mais difícil conseguir um bom nebari porque as raízes não nascem naturalmente como no caso de uma semente e isto irá notar-se sempre.

 

 

- A alporquia:

 

Este processo consiste em provocar a formação de raízes sobre um ramo da planta-mãe a ser multiplicado.

 

A alporquia utilizada em bonsai é a alporquia aérea ou Toriki em japonês.

 

A alporquia aérea é um método de propagação vegetativa e é geralmente realizada na primavera, quando as plantas começam a crescer. Obtemos, como no caso das estacas, uma nova planta idêntica à planta-mãe.

 

O tempo necessário para criar novas raízes é variável e pode levar de alguns meses a um ano, dependendo da espécie.

 

A grande vantagem deste método é que poupa tempo, já que é possível fazer uma alporquia de um ramo de vários centímetros de diâmetro, o que é impossível com estacas e assim obter uma nova planta que já tem um potencial de crescimento significativo, o que facilitará a formação de um futuro bonsai.

 

A primeira vantagem é o preço, falando de uma planta recentemente propagada e ainda jovem, o preço é muito reduzido.

 

A segunda vantagem é que a partir de uma planta que acaba de nascer, é muito fácil criar um projeto desde o início, desenhar e formar ao longo do tempo o bonsai que idealizamos e isto a um preço baixo.

 

A terceira vantagem é muito importante, em comparação com o pré-bonsai ou melhor ainda com o yamadori, o processo é invertido, ou seja, formamos o bonsai de forma crescente e progressiva e não o contrário.

 

A desvantagem deste sistema, como no caso das estacas, é o nebari, que é mais difícil de conseguir porque as raízes não crescem naturalmente como no caso das sementes, formando uma espécie de toro irregular e muito difícil de retificar, mesmo tentando alinhar as raízes.

 

No caso das mudas, praticamos a poda e a modelagem dos ramos de uma forma evolutiva, sem nunca precisarmos de cortar severamente ramos ou raízes, pelo que nenhum corte permanece visível.

 

É um processo muito mais suave e delicado.

 

Ler artigo original sobre as mudas de bonsai.

 

A enxertia:

 

Tal como a sementeira, a estaquia ou a alporquia, a enxertia é um meio de propagação. Esta técnica baseia-se na união de tecidos vegetais de dois sujeitos, que podem ser diferentes, mas compatíveis entre si por serem de espécies próximas.

 

Na natureza podemos ver árvores a tocarem-se umas às outras e a continuar a crescer por fusão, desta forma, as partes de uma planta que tocam os ramos de outra ligam-se espontaneamente umas às outras, unindo-se para formar uma única árvore.

 

O que é a enxertia do bonsai?

 

Portanto, o enxerto, como acabamos de ver, é a união de uma parte de uma planta com a de outro sujeito, dando assim origem a uma nova planta que será um individuo único.

 

Para realizar um enxerto, precisamos de dois elementos. O primeiro é o porta enxerto, que está enraizado e o segundo é a parte enxertada chamada de enxerto.

 

Ler o nosso artigo original sobre a enxertia do bonsai,

 

Tanto no método de sementeira, de estaca, de alporquia ou de prébonsai, sabemos exatamente a idade do nosso bonsai contrariamente ao yamadori onde é impossível saber quantos anos tem a nossa árvore, só pode ser uma especulação. Arrancamos um cepo que pode ter um tamanho impressionate e reduzimos tanto a parte aérea como a parte radicular para deixar rebentar brotos e raízes mais finas, mas não se pode indicar com precisão a idade do sujeito, que em caso algum pode ser a idade do bonsai.

 

 

Quando nasce uma muda a partir de uma semente ou de estaca é fácil calcular a idade porque, a partir do momento que nascem os rebentos ou as raízes, então sabemos que no próximo ano o nosso futuro bonsai terá um ano.

 

A sementeira é por consequente a solução mais adequada para conseguir um bonsai com um nebari espetacular. Além demais podemos decidir desde cedo a forma do tronco, da posição e da orientação dos ramos, coisa impossível com uma árvore proveniente de yamadori.

 

Recolher sementes na natureza é fácil. Caso se opte por comprar sementes temos que escolher fornecedores europeus com certificado e respetivo passaporte fitossanitário, uma garantia da autenticidade das sementes de um lado e por outro lado da qualidade fitossanitária.

 

Com as sementes importadas de países terceiros podemos ter problemas com a alfândega, pois há regras para cumprir como ter uma licença de importação, proceder a uma quarentena e pagar as taxas de importação. Pode acontecer que as sementes fiquem retidas na alfândega e sejam destruídas, é um risco que pode ser evitado comprando na CEE nas empresas especializadas.

 

A DGAV é a autoridade nacional responsável pelo controlo e certificação de sementes de espécies agrícolas e hortícolas, competindo-lhe zelar pelo cumprimento das disposições legais aplicáveis, orientar, apoiar e controlar a atividade de outras entidades intervenientes.

 

Os Serviços Regionais da DGAV e os correspondentes serviços das Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, sob orientação da DGAV, executam na sua área geográfica as ações de controlo associadas à produção, certificação e comercialização de sementes.

 

Dos campos de multiplicação aprovados são obtidos lotes de sementes que após serem devidamente processados são sujeitos a amostragem. As amostras são colhidas oficialmente ou sob supervisão oficial de acordo com as regras da ISTA por inspetores de qualidade de sementes (IQS), ou por técnicos de amostragem de sementes autorizados (TAS).

As amostras de sementes são posteriormente sujeitas a análises/ensaios na divisão de variedade e sementes (laboratório de ensaios de sementes).

 

Condicionamento e etiquetagem.

 

As sementes, só podem ser comercializadas em lotes suficientemente homogéneos e em embalagens fechadas e nas quais estejam apostas as respetivas etiquetas oficiais de certificação. A identidade das embalagens de sementes certificadas é assegurada, no caso das variedades pertencentes às espécies regulamentadas por legislação da União Europeia, por etiqueta UE de certificação oficial colocadas no seu exterior, diretamente impressas nas embalagens de forma indelével ou no seu interior no caso de ser utilizadas embalagens transparentes que permitam a sua leitura através da embalagem, as quais constituem o certificado oficial do controlo de qualidade.

As etiquetas relativamente à sua utilização, características, dimensões, cor e inscrições devem cumprir a legislação em vigor no anexo VIII da Portaria nº 247/2022 de 27 de setembro.

 

Continuar a ler artigo original da DGAV.PT

 

Podemos iniciar um projeto com uma semente, que pode ser comprada em lojas especializadas ou simplesmente recolhidas na natureza. Para maximizar as nossas chances, é melhor recolher as sementes maduras diretamente da árvore e sempre nos ramos mais altos. É aí que elas são mais vigorosas.

 

Temos que ter em mente que não existem sementes de bonsai. Na verdade, o que faz um bonsai são as técnicas aplicadas, como a poda das raízes e dos ramos, a aramação e não a escolha de uma espécie particular que lhe dará magicamente uma pequena árvore.

 

Quais os critérios para selecionar as sementes?

 

- Teoricamente podemos fazer um bonsai com quase todas as plantas lenhosas, ou seja, uma planta que produz madeira, na prática algumas são mais adequadas para bonsai do que outras, são as espécies mais comuns.

 

- Existem igualmente espécies que são mais difíceis de germinar, e que são mais fáceis de propagar por estacas como o juniperus, por exemplo. Outras crescem tão lentamente que podemos desesperar com elas, é o caso do carvalho e do ginkgo biloba.

 

- Quando fazemos uma sementeira de uma variedade enxertada, acaba-se por ficar com a variedade-mãe. Muitos cultivares de ácer japonês são o resultado de enxertos e ao fazer a sementeira das suas sementes, volta sempre ao acer palmatum básico e assim sendo nunca teremos a variedade previamente pretendida..

 

- As coníferas são a evitar porque são muito difíceis de conseguir. Na iberbonsai realizamos sementeira de pinus silvestris, pinus pinea, pinus nigra laricio, pinus mugho mughus, pinus parviflora, sequoia.

 

Basta respeitar algumas dicas e as respetivas técnicas para conseguirmos bonsais a partir de sementes.

 

As sementes devem ser conservadas na gaveta da fruta e legumes do frigorífico por exemplo.

 

A sementeira é a parte mais difícil na obtenção de um bonsai desde o início.

 

Podemos ter quase cem por cento de sucesso ou obter só um ou dois por cento ou nada. Na natureza passa-se exatamente o mesmo, há anos com muito proliferação e outros com uma taxa muito baixa.

 

 

De qualquer modo convém ter em consideração que as sementes produzidas numa floresta, logo a seguir à queda das mesmas e caso a taxa de sucesso se aproximasse dos cem por cento, a proliferação era de tal ordem que a própria floresta entraria em colapso por causa da sobrepopulação.

Felizmente a natureza regula muito bem essa parte, as sementes ficam adormecidas durante o inverno e quando chega a primavera, então desenrola-se a germinação, mas mais de metade das sementes nunca verão a luz do dia.

 

Dito isso, percebemos agora que temos que imitar a natureza efetuando a estratificação, que é o equivalente a dormência na natureza, processo incontornável na realização da sementeira.

 

Nem todas as sementes devem passar por este processo.

 

O que é a estratificação?

 

A estratificação consiste em guardar as sementes num meio específico, num local quente ou frio dependendo das espécies.

 

Algumas espécies necessitam de uma estratificação quente para amadurecer o embrião da semente.

 

A estratificação a frio ajuda a sair do período de dormência, fragilizando o caroço, que fica mais quebradiço.

 

Na prática, a estratificação consiste em colocar as sementes numa mistura de areia com turfa fina, cinquenta-cinquenta, ligeiramente humidificada, mais ou menos de doze a quinze por cento.

 

É recomendável peneirar a mistura, tanto a areia assim como a turfa fina, antes de colocar as sementes, será assim mais fácil recuperar as sementes no fim da estratificação.

 

Uma vez as sementes colocadas na mistura areia-turfa, juntar tudo num saco plástico, esvaziar o ar e selar hermeticamente.

 

Colocar o saco plástico num local a vinte graus centígrados para uma estratificação quente ou no frio a quatro graus para uma estratificação fria.

 

O tempo de estratificação quente ou fria depende das espécies.

 

Vigiar com frequência a preparação para manter a humidade do substrato mais ou menos constante e assegurar que as sementes não comecem a germinar ou a apodrecer por excesso de humidade.

 

As sementes que germinarem podem ser retiradas e transplantadas, não podem ficar no substrato.

 

Em caso de aparecimento de fungos e como medida preventiva, convém aplicar um fungicida no substrato e um insecticida de solo.

 

No fim do período de estratificação, está na altura de praticar a sementeira.

 

Primeiro preparar um substrato composto por um terço de areia fina, de preferência lavada e dois terços de substrato a base de folhas, tipo turfa, mas muito fino.

 

Segundo, encher os recipientes ou vasos, calcar ligeiramente com um pau ou uma tábua e repartir as sementes no substrato.

 

Cobrir as sementes com o mesmo substrato e colocar os recipientes ou vasos a vinte-vinte e quatro graus, à luz durante o dia e quatorze a quinze graus durante a noite.

 

Podemos cobrir com um filme plástico transparente para manter a temperatura e higrometria, tendo o cuidado de vigiar que as gotas coladas no plástico devido à diferença de temperatura não caiam em cima do substrato, para isso basta abrir um pouco para deixar circular o ar.

 

NOTA:

 

- Nunca cobrir uma semente com substrato com mais que uma vez a sua espessura.

 

 

O que é a escarificação?

 

- A escarificação química é um método químico, feito geralmente com ácido sulfúrico ou clorídrico, que possibilita às sementes a troca de água ou gazes com o meio envolvente.

 

- A escarificação mecânica é o método de abrasão das sementes sobre uma superfície áspera tipo lixa. Facilita a absorção da água pela semente.

 

 

Dicas de sementeira do bonsai.

 

A seguir alguns exemplos:

 

- Acer buergerianum: estratificação fria de três a cinco graus durante três a quatro meses.

- Carpinus coreano: estratificação quente cerca de dezoito graus durante sessenta dias, seguida de uma estratificação fria a quatro graus durante noventa dias.

- Celtis sinensis: estratificação fria a quatro graus durante quatro meses e a seguir sementeira direta na primavera.

- Ginkgo biloba: escarificação mais estratificação fria de três a cinco graus durante três meses.

- Juniperus chinensis: estratificação quente a vinte graus durante noventa dias e estratificação fria a quatro graus durante cento e vinte dias, realizar a sementeira do bonsai a seguir à temperatura média de vinte graus.

- Pinus: estratificação fria a quatro graus durante cento e vinte dias, sementeira do pinus na primavera, taxa de sucesso até trinta por cento.

 

CURIOSIDADE:

 

As sementes de acer buergerianum devem ser primeiro embebidas em água temperada durante vinte e quatro a quarenta e oito horas. Isto amolecerá a casca da semente e facilitará a germinação.

 

 

 

 

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