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adubo e bonsai

 

Adubo para bonsai.

 

O adubo é o principal alimento para o nosso bonsai, não basta ter luz e água, o bonsai também necessita de alimento como qualquer outra planta ou árvore.

 

Conhecemos três tipos de fertilizantes: fertilizantes minerais, fertilizantes orgânicos e fertilizantes organominerais.

 

Mas o que é um adubo e qual a sua função?

 

O adubo é composto por três elementos básicos:

 

- N, que representa o azoto, é o principal fator de crescimento e da coloração da folhagem;

 

- P, é a letra que representa o ácido fosfórico, elemento que melhora o crescimento radicular e aumenta a floração assim como a frutificação;

 

- K, é o símbolo do potássio e ajuda na assimilação do azoto, que como já vimos é representado pela letra N. O potássio é um fator essencial na defesa natural do bonsai.

 

Ler artigo original sobre a fertilização do bonsai.

 

Um fertilizante mineral é uma substância de origem mineral produzida pela indústria química ou pela exploração de depósitos naturais de fosfato ou potássio. O produto é extraído do solo, em pedreiras ou pode igualmente ser feito a partir do azoto do ar.

 

O azoto do ar é um gás inerte e insolúvel que as plantas não conseguem assimilar.

 

Recordamos que o azoto é o principal constituinte do ar que respiremos, do qual representa setenta e oito por cento, é obtido através da liquefação do ar para o seu fabrico na indústria química. Para produzir um adubo azotado, o azoto tem que ser extraído do ar e convertido em amoníaco, combinando-o com hidrogénio. Após várias fases de transformação em fábricas especializadas, o azoto é transformado em fertilizante.

 

O fosfato que é utilizado nos fertilizantes provém de rochas fosfáticas, geralmente extraídas da crosta terrestre, que reagem com vários ácidos para obter diferentes produtos fosfatados. Os maiores depósitos de fosfato encontram-se nos Estados-Unidos da América, no Norte da África e na China.

 

Nas plantas, o potássio é utilizado para a fotossíntese, a formação de proteínas e a utilização da água. O potássio é extraído de corpos mineralizados, formados naturalmente pela evaporação da água do mar. Estes depósitos contêm uma mistura de cristais de cloreto de potássio e cloreto de sódio, também conhecido como sal de mesa. Uma vez extraído e separado da mistura, o cloreto de potássio é um fertilizante granulado. A maior parte dos depósitos de potássio estão localizados no Canadá, Rússia, Bielorússia, Alemanha e Estados Unidos da América.

 

Adubo e fertilização do bonsai.

 

O fertilizante mineral é um fertilizante sólido ou líquido que fornece ao solo nitrogénio N, fósforo P2O5 e potássio K2O, que é o que encontramos nas etiquetas de adubo N-P-K, com dosagens variadas e diferentes, consoante as marcas comerciais.

 

É mais frequentemente utilizado para o bonsai sob a forma líquida, já que a maioria das pessoas possuem bonsais relativamente jovens que necessitam de se desenvolver com mais celeridade.

 

Mais tarde e já com exemplares bem formados é possível aplicar somente o biogold sólido para assegurar a manutenção do bonsai.

 

O adubo mineral tem a vantagem de agir mais rapidamente do que o adubo orgânico no crescimento do bonsai e é mais facilmente assimilável. É por isso que o utilizamos na primavera em bonsai que precisa de se desenvolver, para bonsais mais velhos onde apenas queremos manter a silhueta, sem necessidade de amplificar a estrutura, preferimos usar um fertilizante orgânico, que é muito mais suave e é suficiente para manter a árvore.

 

Outra vantagem do adubo mineral é o seu baixo preço em comparação com o fertilizante orgânico.

 

O adubo orgânico é feito exclusivamente de matéria animal natural, como excrementos secos, chifres moídos, sangue seco ou matéria vegetal, como algas marinhas em pó.

 

É o resultado da decomposição da matéria vegetal ou animal, estes materiais fornecem os sais minerais que contêm de uma forma progressiva, ao contrário dos fertilizantes minerais ou sintéticos, onde existem frequentemente riscos de sobredosagem.

 

Um adubo orgânico precisa ser transformado em nitrogénio pelas bactérias já presentes no solo antes de este começar a ter efeito, eliminando assim o risco de sobredosagem.

 

 

O adubo orgânico é principalmente um fertilizante de fundo e não um fertilizante de manutenção.

 

O azoto orgânico garante uma nutrição progressiva, sem sobresaltos e sem perdas por lixiviação e é, portanto, respeitoso do ambiente.

 

A adição de matéria orgânico melhora a estrutura do solo ao estimular a vida microbiana.

 

A utilização de um fertilizante orgânico é portanto uma garantia, não corremos o risco de queimar as raízes.

 

Na iberbonsai utilizamos principalmente o biogold, que é um fertilizante orgânico fabricado no Japão e é cem por cento natural, um dos melhores adubos orgânicos no mercdao atualmente.

 

Ler o nosso artigo original sobre o biogold para bonsai.

 

O adubo orgânico é quase sempre utilizado na forma sólida, mas também pode ser aplicado na forma líquida, como é o caso do biogold por exemplo, que dá excelentes resultados quando utilizado uma vez por mês para a maioria das árvores de bonsai. No nosso caso, de fevereiro até fim do verão, aplicamos durante as três primeiras semanas o nosso adubo líquido e na quarta semana fornecemos o adubo orgânico biogold líquido, preparação que fazemos a razão de três pedrinhas por litro de água que deixamos dissolver pelo menos durante um mês, mexendo regularmente para garantir uma dissolução perfeita.

 

Um fertilizante organomineral é composto por elementos orgânicos e minerais, ao combinar estes dois tipos de azoto mineral e orgânico, promovemos a libertação de azoto de uma forma mais progressiva. Entretanto não é o adubo mais utilizado para o cultivo do bonsai.

 

Como os adubos orgânicos têm por efeito nutrir o solo, tornando-o mais fértil e vivo, são complementares aos adubos minerais. Um solo bem nutrido permite que os adubos sejam mais fácil e eficazmente assimilados pelos bonsais.

 

Contrariamente aos adubos minerais, os nutrientes fornecidos pelos adubos orgânicos não são muito arrastados e permanecem mais tempo à disposição das plantas.

 

A fertilização orgânica vai criar um reservatório de alimento no solo. Graças a ela, o solo permanecerá mais rico e os adubos minerais serão mais facilmente assimilados pelo bonsai.

 

Os adubos minerais fornecem ao bonsai, de forma rápida e regular, os principais alimentos que favorecem o crescimento e a produção de flores e frutos, mais ainda se o solo estiver bem nutrido, daí a importância de aplicar o biogold sólido em novembro.

 

O adubo mineral e o adubo orgânico são complementares.

 

Afim de respeitar o meio ambiente, preocupamo-nos com as quantidades de adubo que pulverizamos sobre as nossas árvores e por isso aplicamos uma vez por semana nos primeiros meses de crescimento e de quinze em quinze dias no verão com uma dosagem muito leve, preferimos fazer várias aplicações com uma dosagem reduzida em vez de menos aplicações com dosagem mais elevada. Por um lado, é mais suave para os bonsais e por outro a água residual é menos concentrada em elementos químicos.

 

Qual a importância de conhecer o estado do solo antes da aplicação de um fertilizante?

 

Antes de aplicar qualquer fertilizante e para evitar cometer erros, é essencial saber de que é feito o solo.

 

Conhecer o solo:

 

Os testes regulares de solo permitem-nos avaliar a resreva mineral do solo. Este é o instrumento básico para o nosso plano de fertilização. Os testes ao solo fornecem um diagnóstico preciso que garantirá uma fertilização ótima das nossas árvores.

 

Mas as análises não são suficientes, temos de nos manter atentos e observar cuidadosamente outros fatores como a drenagem ou a compactação, o aspeto das árvores, para ver se estão em boas condições. O olho do mestre é importante. Por vezes acontece que os furos do vaso estejam tapados com as raízes do próprio bonsai e neste caso a água em excesso não escoará do vaso e com o tempo pode provocar o apodrecimento das raízes. A compactação excessiva também não facilita a rega, quanto mais compacto for o substrato, mais dificilmente a água poderá penetrar no solo, daí recomendamos o uso regular de um ancinho para arejar a parte superficial do torrão a fim de minimizar a evaporação e manter a humidade dentro do torrão.

 

Por exemplo, a acidez do substrato abranda a atividade microbiana e a decomposição da matéria orgânica, o que reduz a mineralização. Processo que é definido como a conversão de compostos orgânicos nitrogenados em formas inorgânicas.

 

Um PH inferior a seis reduz a disponibilidade de certos minerais benéficos para as árvores, tais como o fósforo. Por outro lado o alumínio, que é tóxico para as raízes, aumenta a sua disponibilidade.

No cultivo do bonsai temos a chance de trabalhar com substratos de alta qualidade como a akadama que não contem nenhum fertilizante e tem um PH neutro, o que é ótimo para favorecer a mineralização e assim estabelecer o nosso plano de fertilização.

 

O perigo do uso excessivo dos adubos.

 

Os danos dos fertilizantes, especialmente na agricultura intensiva, são a poluição massiva do solo e a poluição das águas subterrâneas, que são os principais reservatórios de água potável. Os adubos químicos tais como o azoto, o fosfato e o potássio são aplicados para aumentar o rendimento das culturas. Fornecem nutrientes essenciais às plantas, mas em troca contribuem fortemente para a contaminação das águas substerrâneas.

 

Os nitratos são altamente solúveis na água e quando não são consumidos pelas plantas, lixiviam rapidamente para o solo contaminando as águas substerrâneas. São atualmente cinquenta vezes superiores ao que eram nos anos cinquenta e atingiram o limiar máximo estabelecido pela OMS, Organização Mundial da Saúde para que a água seja considerada potável.

 

Isto faz-nos pensar e refletir sobre o nosso modo de vida.

 

Além disso, os nitratos, quando associados a fosfatos, causam o fenómeno conhecido como a eutrofização, ou seja, quando este composto é emitido em massa pela sobredosagem de fertilizantes no solo, isto provoca o desequilíbrio nutricional da água e favorece a proliferação de algas ou plantas nocivas que diminuem a intensidade da luz no fundo do curso de água. Como resultado, o ambiente aquático é completamente modificado e aparecem novas espécies em detrimento das espécies existentes.

 

Exemplo é o jacinto de água, que invade os rios e é considerado uma espécie invasora em Portugal de acordo com o decreto-lei 92/2019 de dez de julho. Em muitos rios é comum ver máquinas a remover esta planta da água. Destrói o ambiente natural ao diminuir a intensidade da luz que entra na água, desequilibrando de forma notável a vida animal e vegetal existente no rio.

 

Ler o nosso artigo original sobre a biodiversidade e o bonsai.

 

Existem diferentes formas de poluição causadas por elementos fertilizantes:

 

- A desnitrificação: trata-se de um gás com efeito de estufa, mais de trezentas vezes superior ao do CO2. É o caso de solos pesados e pouco drenados onde o nitrato é transformado em N2O, óxido nitroso ou protóxido de azoto e esta forma de azoto não beneficia as plantas.

 

- A lixiviação, principalmente devido ao facto de os nitratos serem muito solúveis, são pouco retidos pelo solo e rapidamente encontram o seu caminho para o lençol freático.

 

- O escoamento, que resulta na perda de nutrientes através de valas e riachos, contaminando os cursos de água.

 

O mundo estando cada vez mais povoado necessita a cada dia de mais alimento e visto a sobrepopulação invadir as terras agrícolas para a construção de habitações, os agricultores são obrigados a utilizar os adubos para colher quantidades mais elevadas de cereais para alimentar as pessoas e os animais. E quanto mais utilizamos os adubos, mais poluição temos, é um ciclo inevitável hoje em dia para combater a fome generalizada. Na indústria química estão a fazer esforços para diminuir ao máximo os efeitos nocivos dos adubos para a utilização agrícola, o setor reduziu consideravelmente as suas emissões poluentes. A indústria dos adubos também ajuda os agricultores a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa, tirando o máximo partido dos seus terrenos agrícolas. As boas práticas de aplicação de fertilizantes azotados reduzem as emissões de óxido nitroso para a atmosfera.

 

Em resumo o adubo é o alimento para o bonsai, tal como precisamos de alimento em quantidade e qualidade suficientes para viver e crescer, o bonsai deve encontar os nutrientes necessáruios no seu substrato para crescer saudável.

 

O bonsai precisa de um fornecimento equilibrado de azoto, fósforo, potássio e enxofre.

 

Ao retirar estes nutrientes do solo, o substrato deve ser enriquecido todos os anos durante o período vegetativo para assegurar o crescimento do bonsai.

 

A vantagem do adubo é que podemos controlar a sua aplicação e as quantidades para satisfazer as necessidades de cada espécie, daí a importância de estabelecermos um plano de fertilização para cada tipo de bonsai que possuímos para evitar a fertilização excessiva ou insuficiente.

 

Não esqueçamos que o bonsai precisa de descansar, por isso é fortemente recomendado parar de fertilizar pelo menos durante um ou dois meses no ano para evitar que entre em stress, isto pode ser em outubro, mês em que a seiva começa a deixar de circular. Em novembro aplicamos o biogold sólido, um fertilizante orgânico que comecerá a ter efeito apenas um mês mais tarde, enquanto começa a decompor-se.

 

Como o bonsai pode aproveitar o adubo?

 

Quando aplicamos um adubo sob forma líquida, regra geral com a ajuda de um regador ou de uma lança de rega, estamos a molhar as folhas e o torrão do nosso bonsai. As folhas do bonsai não são propriamente concebidas para desfrutar do adubo que, assim sendo, terá de passar através da cutícula, espécie de barreira natural que cobre a folha. O adubo foliar é mais rápido a atuar e traz resultados mais rápidos no crescimento do bonsai.

 

São as raízes do bonsai que irão tirar o máximo partido do adubo, graças aos seus pêlos finos absorventes e que irão transportar o alimento até às folhas, mas as folhas também podem aproveitar os nutrientes através dos estómatos e neste caso o efeito é mais rápido, mas cuidado com o excesso de fertilizante que pode provocar queimaduras na estrutura foliar, nota-se quando aparecem manchas mais claras nas folhas.

 

Chamamos aqui a atenção mais uma vez para se aplicar o adubo sempre em cima de um substrato húmido, primeiro por ser mais eficaz porque vai entrar diretamente no solo e segundo não haverá risco de queimaduras. Se for aplicado em cima de um substrato seco demais, não terá nenhum efeito, a água com respetivo adubo irá gotejar e será desperdiçado. Primeiro temos que regar o nosso bonsai como deve ser e algum tempo depois podemos aplicar o adubo diluído na água. O torrão húmido agirá como um torrão de açucar, absorvendo a água com o respetivo adubo com mais facilidade.

 

A seguir apontamos algumas dicas sobre o efeito do adubo no bonsai:

 

- Com muito adubo, nos dias seguintes caiem as folhas de cor castanha. As folhas são muito grandes.

 

- Com pouco adubo, aparecem manchas de cor branca ou amarela de forma iregular nas folhas. Nervura da folha verde e o restante amarelo.

 

- Por doença que pode ser a clorose. A clorose do grego chloros que significa amarelo esverdeado, é uma doença fisiológica da planta manifestada por uma descoloração das folhas devido a problema na produção de clorofila, muitas vezes ligada a uma falta de nutrientes ou a utilização de um substrato de má qualidade.

 

Como identificar o problema:

 

- Facilmente reconhecíveis por uma descoloração progressiva do verde para o amarelo, visível nas folhas jovens, enquanto as veias são verdes quando se trata de uma deficiência de ferro.

 

- Pelo contrário, se a clorose atacar as folhas mais velhas, é uma deficiência de fósforo.

 

- Se as folhas ficarem amarelas e depois castanhas e caírem, é uma deficiência de magnésio.

 

- Como acabamos de ver neste artigo, o bonsai extrai do substrato nutrientes básicos e essenciais como:

 

- N.P.K. que são macronutrientes primários e são necessários em grandes quantidades pelo bonsai.

 

Se algum destes elementos faltar no substrato ou não puder ser assimilado pelo bonsai por várias razões, tais como a escolha errada do substrato, a fotossíntese, que é o mecanismo de produção da clorofila não for suficiente, impedindo assim que o bonsai cresce normalmente.

 

Sem esquecer os macronutrientes secundários que são necessários em quantidades menores como:

 

- O cálcio que é um constituinte essencial das paredes celulares fornecendo uma barreira de proteção à entrada dos agentes patogénicos.

 

- O magnésio, que é um dos principais componentes da clorofila e ajuda na fotossíntese e no crescimento.

 

- O enxofre é igualmente um constituinte importante da clorofila e intervém na formação das sementes.

 

E agora temos que acrescentar os micronutrientes que são necessários em quantidades reduzidas, mas são indispensáveis como:

 

- O ferro que favorece a produção de clorofila;

 

- O boro que é o elemento primordial no transporte das substâncias e melhora a capacidade de retenção do substrato. Também tem um papel relevante na frutificação e no desenvolvimento das sementes.

 

- O zinco que favorece a produção de brotos e das hormonas de crescimento, todos eles necessários e imprescindíveis para o crescimento do bonsai.

 

Ler artigo original sobre a descoloração das folhas do bonsai.

 

O adubo é vital para o crescimento do bonsai.

 

O mais importante é respeitar o equilíbrio, qualquer fertilizante que desejamos aplicar deve conter pelo menos os três elementos básicos, nomeadamente N.P.K. embora em proporções diferentes, completados por macronutrientes secundários e micronutrientes. O uso de adubo cuja composição não inclui estes três elementos no cultivo do bonsai é muito arriscado, de facto isto pode causar um desequilíbrio que pode ser prejudicial às nossas árvores, engendrando desordem fisiológico muito difícil de restabelecer.

 

Comprar adubo para bonsai agora.

 

 

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