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iberbonsai acer buergerianum

 

Bonsai acer buergerianum.

 

Deve o nome ao senhor Heinrich Buerger que foi o primeiro a descrever este tipo de acer. Foi coletor no Japão para o governo holandês e farmacêutico no Extremo Oriente. E também ao latim acer, que quer dizer duro, devido à rigidez da sua madeira.

 

Na natureza o acer buergerianum pode alcançar dez a quinze metros de altura.

 

 

O acer buergerianum é igualmente conhecido como acer tridente.

 

 

Ao contrário do acer buergerianum, cuja folha só tem três lóbulos daí o nome de tridente, conforme a variedade ou cultivar, encontrámos o bonsai acer palmatum que tem de cinco a onze lóbulos, ou seja, pontas.

 

Muitas vezes confundidas com as folhas do acer palmatum, são as folhas do liquidambar styraciflua que são igualmente palmadas e tem entre cinco e sete lóbulos ou pontas, mas com uma diferença fundamental que ajuda a distingui-las:

 

- As folhas do acer palmatum são sempre opostas, ou seja, a filotaxia oposta é quando existe duas folhas por nó, inserida em direção oposta uma da outra;

- As folhas do liquidambar styraciflua são alternas, ou filotoxia alterna que é quando existe apenas uma folha por nó.

 

Chama-se filotaxia o padrão de distribuição das folhas ao longo do caule das plantas.

 

 

O bonsai acer palmatum é o mais tradicional numa coleção. Originário do Japão, em japonês o acer palmatum chama-se Yama momiji. É de folha caduca e a sua ramificação também é de uma excecional delicadeza, o que permite apreciar a estrutura da árvore no inverno.

 

O acer japonês é uma das mais belas árvores de outono. Elegantemente ereto e de crescimento lento, é a estrela incontestável dos jardins zen e japoneses. O acer japonês, também conhecido como acer palmado, deve o seu nome às suas folhas verde suave, finamente palmadas e ligeiramente dentadas. No outono, as folhas tornam-se vermelho vivo, laranja e amarelo antes de caírem. Os seus ramos jovens e extensos são tingidos de carmesin. Na primavera, as flores vermelhas em cachos são discretas. Seguem-se os frutos alados castanho-avermelhados chamados sâmaras que contém as sementes.

 

O acer buergerianum é originário da China e é um bonsai de exterior.

 

Trata-se de um acer com um forte crescimento radicular, troncos maciços, uma bela casca e uma folhagem colorida na primavera e no outono. É uma das espécies mais populares para a criação de bonsais.

 

Nas árvores mais velhas, a casca do bonsai acer buergerianum enruga-se e descasca-se em alguns sítios. É uma árvore mais masculina que o acer palmatum, mais poderosa, nomeadamente pelo seu tronco que cresce fortemente quando desenvolve-se livremente. Também se presta bem a composições rochosas: com o tempo, as suas raízes poderosas circundam a pedra, dando a ilusão de uma árvore que cresceu na encosta de uma montanha cujo solo foi progressivamente erodido. Na iberbonsai temos vários exemplares de acer buergerianum de stilo Sekijoju, ou seja, raízes sobre rocha, a pedra incorpora-se à árvore como se as raízes segurassem a rocha, ou ishitsuki, ou seja, árvore crescendo na rocha.

 

Ler artigo sobre os estilos de bonsai.

 

A folhagem deste acer também adquire cores magníficas. Na primavera, os botões abrem-se para revelar pequenas folhas de cor de bronze. Em poucos dias, estas tornam-se verdes e, no outono, a árvore reveste-se das suas mais belas cores, que vão do amarelo ao laranja e vermelho.

 

Truque:

Muitas vezes temos tendência a colocar os nossos bonsais em vasos muito baixos, com pouca profundidade, porque a apresentação geral é melhor. Mas isso é prejudicial para o cultivo da árvore e sobretudo do acer buergerianum. Desde que o objetivo não seja a apresentação do bonsai numa exposição, não se justifica a utilização de um vaso pouco fundo. principalmente nos primeiros anos, o acer buergerianum aprecia o espaço no vaso para favorecer o desenvolvimento das suas raízes e criar o seu nebari. Mais tarde e quando o bonsai atinge o porte desejado, então sim, podemos colocá-lo num vaso mais raso para valorizar o seu tronco forte e as suas raízes imponentes.

 

DICA:

 

- Um vaso retangular será particularmente adaptado às árvores fortes e corpulentes com ramos bem definidos e vigorosos patamares vegetativos, tal é o caso do bonsai acer buergerianum.

 

Ler artigo original sobre como escolher um vaso para o bonsai.

 

- Durante todo o período de crescimento, é preferível colocar o bonsai acer buergerianum em pleno sol, o que favorecerá as folhas pequenas, os entrenós curtos e as magníficas cores outonais. O máximo de luz solar é indispensável para obter essa bela cor alaranjada e vermelha.

 

O bonsai acer buergerianum é uma árvore de folha caduca com uma casca cinzenta lisa com ligeiras manchas alaranjadas, rachando com o tempo. Na natureza a folha pode atingir oito centímetros de comprimentos por seis de largura, mas em bonsai é fácil reduzir o seu tamanho após sucessivas desfolhas no fim da primavera até ao início do verão. Conseguimos assim folhas com mais ou menos três centímetros de comprimento e dois centímetros de largura. O objetivo desta operação é favorecer o nascimento dos brotos adormecidos e o desenvolvimento de folhas mais pequenas.

 

Conselho:

 

- A desfoliação só pode ser realizada nos sujeitos saudáveis devidamente regados e fertilizados e a folha deve ser cortada com uma tesoura fina ou um desfolhador mantendo uma parte de pelo menos cinco milímetros de pecíolo intacto, caso contrário e se a folha for arrancada, o broto adormecido na base da folha vai sofrer e não rebentará.

 

- Aviso: o bonsai acer palmatum atropurpureum não tolera muito bem a desfolhação que terá de ser feita com muito cuidado, deixando algumas folhas por precaução.

 

A desfolha do bonsai pode efectuar-se a cada dois ou três anos. Não todos os anos porque é uma prática que provoca um desgaste muito importante no bonsai, reduzindo as reservas e consequentemente pode conduzir à morte do bonsai.

 

O objetivo da desfolha do bonsai é acelerar a ramificação e originar uma nova rebentação, como se fosse uma segunda primavera provocando o aparecimento de folhas cada vez mais pequenas.

 

INFO:

 

- A desfolha permite igualmente o controlo do crescimento de certos ramos do bonsai quando, por exemplo, um ramo é mais forte comparado com o resto da árvore, o que acontece muitas vezes no bonsai acer buergerianum, a desfolha desse ramo vai ajudar a reduzir o vigor. Ou pelo contrário, se necessitarmos dar mais força a um ramo enfraquecido, então faremos a desfolha de todo o bonsai menos do dito ramo.

 

- Esta técnica é geralmente aplicada no fim da primavera até ao início do verão, em bonsais de folha caduca e acima de tudo em bonsais sãos e de boa saúde. O mês de junho é o mês mais propício para realizar esta técnica, porque dá tempo à árvore produzir novas folhas até ao verão.

 

Ler artigo original sobre a desfolha do bonsai.

 

Ver as nossas ferramentas para podar o bonsai.

 

O bonsai acer buergerianum tem folhas trilobadas com três veias bem delimitadas em cada lóbulo, popularmente chamado de acer tridente. Folha trilobada de cor verde brilhante e magnífica cor amarelo dourado e vermelho no outono. Possui galhos e ramos com alguma fragilidade que podem quebrar se não tivermos atenção no manuseamento. Requer alguma proteção durante o verão para o sol não queimar as folhas, com rede de sombra ou guarda-sol pelo menos durante as horas mais quentes, ou seja, entre às onze e às dezassete horas.

 

Ler artigo original sobre o sombreamento do bonsai.

 

Em abril maio, aparecem corimbos de pequenas flores insignificantes de cor amarelo esverdeado, seguindo no fim do verão por frutos chamados samarros.

 

São frutos com asas de um centímetro e meio a dois centímetros e meio, verde a vermelho acastanhado quando maduros.

 

De crescimento mais ou menos rápido dependendo das condições de cultivo, como já sabemos a maioria dos bonsai cresce mais depressa se for plantado diretamente na terra, enquanto levará muito mais tempo se for plantado em vaso, mesmo de cultivo, o espaço reduzido não favorece o desenvolvimento rigoroso de raízes.

 

Na iberbonsai temos vasos de treino próprios para o efeito. Entre outros vasos como tokoname expostos nas nossas instalações em Maceda, distrito de Aveiro, temos vasos de treino de plástico, cuja vantagem em relação aos vasos de cerâmica, além do seu preço muito baixo, é que de fato não necessita de redes para tapar os furos e impedir o substrato de sair porque já foi concebido com rede incorporada no momento do fabrico, assim poupamos trabalho no momento do transplante. O nosso vaso de plástico de treino já tem uma espessura razoável para suportar o frio em Portugal, pelo menos até aos cinco graus negativos. Também tem um acabamento de qualidade, uma rede para a evacuação da água da rega e furos pequenos para permitir a colocação de arames para segurar o bonsai ao vaso.

 

Ver os nossos vasos de treino.

 

O bonsai acer buergerianum gosta de solo muito bem drenado, rico em húmus e ligeiramente ácido por não tolerar solo calcário. Uma mistura de akadama com kanuma será perfeito, podemos igualmente acrescentar pomice para ajudar na drenagem. Convém manter o torrão ligeiramente húmido sobretudo no verão sem nunca ficar encharcado, o bonsai acer buergerianum é muito sensível ao apodrecimento das raízes.

 

Ver o nosso substrato especial terra acer iberbonsai.

 

É um dos bonsais mais utilizado em estilo sekijoju, ou seja, com raízes em cima da pedra. É igualmente muitas vezes usado no estilo floresta ou Yose-Ue, estilo de bonsai que faz lembrar uma floresta. Pode ter sete, nove, onze ou mais árvores, mas sempre com uma árvore que é o pilar daquele conjunto. No bonsai estilo floresta o principal objetivo não é o vaso, mas sim o aspeto visual e a impressão que tentamos dar ao seu conjunto.

Na iberbonsai temos vários bonsais acer buergerianum de estilo Yose-Ue.

 

O bonsai acer, regra geral sobretudo enquanto exemplar, já que mais jovem tem que apanhar sol para conseguir folhas mais pequenas e tons fortes das folhas, prefere uma exposição a meia-sombra e não suporta os ventos fortes, é fortemente recomendado escolher um local com as características acima referidas para evitar qualquer acontecimento desagradável.

 

Muito rústico, aguenta temperaturas negativas até vinte graus na natureza, mas em bonsai é mais seguro proteger o torrão e a base dos ramos com turfa ou palha a partir dos cinco graus negativos. O bonsai acer buergerianum é mais sensível ao gelo que o bonsai acer palmatum.

 

Cuidado com as mudas de acer buergerianum, no inverno e com muito frio, é aconselhável resguardá-las num local fora de gelo, numa estufa fria por exemplo.

 

NOTA:

 

- O bonsai acer buergerianum não necessita de ser aramado, esta operação não é essencial para a formação de um acer, a poda regular permite a estruturação correta da árvore, já que esta espécie reage facilmente à poda.

 

- Se eventualmente devemos aramar os ramos mais pequenos, temos que fazê-lo no fim do outono quando as folhas começam a ficar vermelhas.

Deixa-se o arame até no máximo quatro meses, se o ramo não ficar na posição pretendida então teremos que repetir a operação.

 

Ler artigo original sobre como aramar o bonsai.

 

O bonsai acer é sensível à cochonilha, por isso temos de vigiar em permanência e retirar com uma escova macia mal apareçam os primeiros insetos. Os aceres são também vítimas de um fungo chamado verticillium. Este fungo faz com que as folhas murchem, fiquem amarelas e acabam por cair.

Para parar a infeção temos que remover as árvores doentes e sobretudo limpar e desinfetar a ferramenta com álcool e mantê-la sempre limpa.

 

O bonsai acer buergerianum é um ícone indispensável numa coleção além dos aceres palmatum, cuja diferença como vimos precedentemente, reside na forma da folha com cinco até onze pontas em vez de três do acer buergerianum.

 

O género acer inclui um grande número de espécies, mais de mil variedades e cultivars só no acer palmatum. Distribuídos principlamente nas regiões temperadas do hemisfério norte como a América do Norte, a Europa e a Ásia.

 

A seguir enumeramos alguns dos bonsais acer buergerianum mais conhecidos:

 

- Acer buergerianum Koshi Miyasama, com folha verde no verão e vermelha brilhante no outono;

- Acer buergerianum Goshi Kosode, folha rosa-alaranjada na primavera e amarelo laranja vermelho no outono;

- Acer buergerianum Hanachiru Sato, com folha rosa pálido na primavera e vermelho no outono;

- Acer buergerianum Hime Kaede, folha bronze esverdeado, vermelho alaranjado em fim de estação;

- Acer buergerianum Joroku Aka Me, folha verde azeitona na primavera e amarelo alaranjado no outono;

- Acer buergerianumKifu Nishiki, folha verde escuro no início da vegetação e vermelho alaranjado no outono;

- Acer buergerianum Goshiki Kaede, folha verde claro misturado com rosa na primavera e amarelo alaranjado vermelho no outono;

- Acer buergerianum Mino Yatsubusa, verde escuro com tonalidade de cobre no outono e com folha comprida;

- Acer buergerianum Mitsuba To Kaede, folha verde brilhante no início e amarelo vivo no outono.

 

Multiplicação do bonsai acer buergerianum por sementeira, um grama contém cerca de quarenta sementes e a taxa de germinação é de mais ou menos vinte por cento em condições favoráveis.

 

As sementes devem ser primeiro embebidas em água temperada durante vinte e quatro a quarenta e oito horas. Isto amolecerá a casca da semente e facilitará a germinação.

 

Em seguida colocar as sementes num saco congelador contendo uma mistura com metade de areia fina e metade de turfa peneirada, com uma ligeira taxa de humidade e colocar na gaveta da fruta do frigorífico.

 

Chama-se estratificação fria de três a cinco graus e deve durar três a quatro meses. Vigiar regularmente o conteúdo e retirar as sementes que comecem a germinar, se não o fizer, acabarão por apodrecer e contaminar o resto das sementes que estão no saco.

 

A seguir semear na primavera quando a temperatura começar a subir, ou seja, cerca dos dezoito a vinte graus centígrados.

 

Os bonsais mais frequentes em acer palmatum são:

 

- Acer palmatum kiyohime, acer de pequeno porte, talvez o mais pequeno dos aceres palmatum, com ramificação corpulenta e pequenas folhas de três a quatro centímetros, com cinco lóbulos e com a seguinte particularidade: o bordo da folha que é verde na primavera passa a amarelo alaranjado no fim do verão e outono.

É um cultivar de muito difícil manuseamento, sobretudo na aramação por ter ramos frágeis e muito quebradiços.

 

NOTA:

- Cuidado também para não destruturar a copa, o acer palmatum kiyohime não costuma reconstruir o ápice com facilidade.

 

- Acer palmatum shishigashira: é conhecido por cabeça de leão, graças às suas riquíssimas folhas frisadas e muito recortadas, de cor verde brilhante que se mantém até ao outono, assim como da sua fascinante e muito delicada floração.

 

- Acer palmatum atropurpureum: é o acer palmatum que mantém sempre as suas folhas vermelho escuro e um pouco maiores que os demais, podendo mudar ligeiramente de tonalidade no outono;

 

NOTA: o acer palmatum atropurpureum não tolera muito bem a desfolha.

 

- Acer palmatum atropurpureum deshojo: o mais bonito com um vermelho vivo espetacular, em japonês shojo quer dizer orangotango ou macaco de face vermelha. O ponto forte deste  acer reside na sua folhagem vermelha cor de sangue no início da brotação, na primavera, cor emblemática do acer palmatum deshojo, passando a verde no verão e vermelho alaranjado no outono. A folha do acer deshojo é mais pequena que do acer palmatum atropurpureum. Durante a época de crescimento, as novas folhas nascem sempre vermelhas para mais tarde, ficarem verdes.

O acer palmatum deshojo requer uma certa proteção durante o verão com uma rede de sombra, é muito sensível ao vento e às queimaduras solares e não tolera o excesso de humidade, pelo contrário aprecia um curto período de seca. Daí recomendamos o uso de um substrato muito drenante como akadama e pomice misturado com kanuma por causa do PH.

 

- Acer palmatum arakawa: esta variedade de acer tem um crescimento muito vigoroso e produz uma casca tipo cortiça;

 

- Acer palmatum yamamomiji: este acer é notável pelo seu crescimento rápido.

 

Continuar a ler artigo original sobre o bonsai acer palmatum.

 

NOTA:

 

- No verão e para evitar as queimaduras solares nas raízes, podemos colocar musgo de sphagnum na base do tronco, além de proteger as raízes irá favorecer o surgimento de raízes de superfície indispensáveis para conseguir um magnífico nebari.

 

Nebari é a expressão japonesa que significa raízes rasantes. Na natureza um dos aspetos mais bonitos de uma árvore são as raízes que transmitem a força desenvolvida para segurar a árvore ao solo. Chama-se nebari a base do tronco juntamente com as raízes superficiais do bonsai.

 

A essência da cultura do bonsai fundamenta-se no alcance da perfeição do nebari, ou seja, o sistema radicular apurado que vai permitir proporcionar um melhor desenvolvimento da estrutura aérea.

 

Continuar a ler artigo original sobre o nebari do bonsai.

 

Em conclusão:

 

O bonsai acer buergerianum é uma árvore de folha caduca e de crescimento ráipdo.

 

É muito apreciado pela sua folha pequena e com três dentes, daí ser mais conhecido pelo nome de acer tridente, folha com espetaculares tonalidades no outono que vão do amarelo passando pelo laranja, vermelho, bronze, cobre e muito mais.

 

Ver os nossos bonsais acer buergerianum e acer palmatum.

 

 

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