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o carvalho em bonsai

 

Carvalho em bonsai

 

O carvalho é uma árvore do género Quercus e está presente em muitas partes do mundo com clima temperado.

O carvalho em bonsai: nem todas as espécies adaptam-se a esta técnica.

 

Existem mais de seiscentas espécies de carvalhos ou quercus reconhecidas. Perante uma tão grande variedade é muito difícil conseguir uma identificação rigorosa.

Contudo alguns detalhes permitem ajudar na identificação do carvalho.

 

A bolota é a maneira mais simples de identificar um carvalho, se uma árvore produz bolota, é um carvalho.

As folhas apresentam lóbulos ou pontas que se estendem desde a nervura central, em regra geral de seis a sete.

O carvalho branco possui lóbulos arredondados enquanto o carvalho vermelho tem lóbulos pontiagudos.


A casca fina e escamosa é outro ponto de identificação do carvalho contrariamente a outras espécies cuja a casca é composta por pedaços mais grossos como no Pinus ou pedaços mais largos, compridos e rachados como nas bétulas.

 

Algumas espécies de carvalhos mais conhecidas:

Quercus falcata

Quercus ilex rotundifolium

Quercus serrata

Quercus variabilis ou sobreiro chinês

Quercus texana

Quercus myrsinifolia

Quercus phillyraeoides ou carvalho asiático

Quercus coccifera ou carvalho Kermès

Quercus acutissima ou carvalho dentes de serra

Quercus chrysolepis ou carvalho dos canyons

Quercus bicolor

Quercus gambelli

Quercus prinus ou carvalho castanheiro

Quercus pyrenaica

Quercus nigra ou carvalho negro

Quercus phellos ou carvalho folha de salix

Quercus glauca ou carvalho azul japonês

Quercus velutina

Quercus frainetto ou carvalho de hungria

Quercus garryana ou carvalho de Garry

Quercus imbricaria

Quercus cerris ou carvalho cabeludo

Quercus coccinea ou carvalho vermelho

Quercus ilex ou carvalho verde

Quercus macrocarpa

Quercus palustrisou carvalho do pântano

Quercus petraea

Quercus pubescens

Quercus robur

Quercus rubra ou carvalho vermelho da américa

Quercus suber ou sobreiro

Quercus muehlenbergii ou carvalho amarelo

Quercus nuttallii

Quercus shumardii

Quercus trojana

Quercus stellata

Quercus georgiana


 

A seguir vamos falar dos carvalhos mais utilizados em bonsai:

 

Quercus pyrenaica em bonsai: 

Também denominado como carvalho negral, com casca cinzenta muito fina e gretada nos espécimes mais velhos. Folhas simples e alternas com até quinze centímetros de comprimento, fendidas em lóbulos irregulares e profundos. Nas plantas mais jovens as folhas estão cobertas de pêlos acinzentados que se mantém na parte inferior da folha enquanto se  torna mais verde na parte superior.

A bolota tem um sabor amargo.

Encontra-se no norte interior de Portugal às zonas montanhosas do norte, centro e sul de Espanha. Atinge vinte a vinte e cinco metros de altura na natureza.

Distingue-se das outras espécies pelas folhas bastantes recortadas e com a parte inferior muito tomentosa e esbranquiçada, mas a principal particularidade do quercus pyrenaica são as folhas que persistem murchas na árvore e sem caírem durante  a maior parte do inverno.

É uma espécie protegida no país vizinho nomeadamente na Andaluzia..

 

Quercus robur em bonsai: 

É chamado de carvalho comum ou roble alvarinho. Espontânea no norte e centro de Portugal e também em zonas do litoral, é a espécie de carvalho mais abundante em toda a Europa. Pode atingir trinta a quarenta metros na natureza, é uma árvore muito vigorosa. Tronco grosso com casca cinzento acastanhado, ficando mais escura com a idade.

Bolota de dois a quatro centímetros de comprimento.. Aguenta até quinze graus negativos.

Multiplicação por sementeira: estratificação fria a quatro graus durante trinta a sessenta dias e sementeira na primavera.

 

São atribuídas algumas propriedades medicinais ao carvalho Robur, como por exemplo diminuir as secreções das mucosas, anti-séptico, serve para desinfecção de feridas e certos órgãos, combate a febre e diminui a fadiga. 

 

Quercus faginea em bonsai ou carvalho-cerquinho ou carvalho português:

Atinge cerca de vinte metros de altura na natureza. Com folhas simples, ovais e dentadas de cor verde escuro e pequenas comparando com outras espécies, não ultrapassando os dez centímetros de comprimento.

As folhas secas permanecem na árvore quase até a primavera.

Bolota com dois a três centímetros de comprimento.

                                                           



 

Quercus rotundifolia em bonsai igualmente chamado de azinheira:

Atinge os vinte metros de altura na natureza. Com folhas simples, arredondadas e recortadas de cor verde-escura na parte superior e ligeiramente esbranquiçadas na parte inferior. Folha perenne.

Nas plantas jovens as folhas fazem lembrar as folhas do azevinho tornando-se mais arredondadas com a idade.

Bolota com dois a três centímetros de comprimento.                                                   


Quercus suber em bonsai, mais conhecido por sobreiro ou chaparro:

 

Atinge os vinte metros de altura na natureza e como o quercus rotundifolia é igualmente de folha perenne. Folhas simples mais arredondadas sem grande pronuncio dos lóbulos, de cor verde escuro na parte superior e acinzentado na parte inferior que podem atingir até dez centímetros de comprimento.

Bolota com dois até cinco centímetro de comprimento.                                                

É uma árvore que pode viver centenas de anos, dizem até mil anos e Portugal é o melhor produtor de cortiça do mundo.

A característica principal do sobreiro é a sua casca, a cortiça, cinzento-escuro, grossa e gretada, porosa e muito leve. A cortiça é utilizada no fabrico de rolhas para garrafas de vinho. 

A cortiça é uma armadura para o sobreiro, é um isolante e arde só superficialmente, protegendo assim a parte viva da árvore. Depois de um incêndio os brotos adormecidos debaixo da casca vão acordar dando vida a novos ramos. Levam cerca de quinze a vinte meses a seguir à passagem do incêndio para formarem uma nova superfície vegetal viva.

O sobreiro é uma árvore de fácil cultivo em bonsai, mas de difícil aramação nos ramos mais grossos, muito quebradiços e com casca frágil. Por isso e como suporta bem a poda, será esta última, a principal técnica para formar o bonsai de sobreiro.

Multiplicação por sementeira: Sementeira directa na primavera a partir de vinte graus, manter a sementeira sempre humida.

O quercus suber não aguenta temperaturas abaixo dos cinco graus.

Quercus rubra em bonsai ou carvalho americano:

Mais difícil em bonsai devido à sua folha muito grande.

Casca cinzenta, folhas divididas até quase ao centro da folha em cerca de sete a onze pares de lóbulos triangulares e pontiagudos, cada um com um a três dentes aristados.

 

Quercus ilex em bonsai, igualmente chamado de azinheiro:

De folha perene, atinge dez a quinze metros de altura, mas pode chegar aos vinte cinco metros de altura. Casca cinzenta e fendida, folhas simples com mais ou menos cinco a sete centímetros de comprimento, de cor verde acinzentado na parte superior e cinzento esbranquiçado na parte inferior.


 

A multiplicação dos carvalhos é feita por sementeira a partir das bolotas. A taxa de sucesso é da ordem dos sessenta por cento em condições favoráveis.

Possibilidade de plantar as bolotas directamente num vaso no outono com uma ligeira camada de substrato e deixar no exterior durante o inverno. Germinação na primavera. Esta técnica tem um inconveniente, pode facilmente provocar o apodrecimento das bolotas.

É mais aconselhável praticar a estratificação a frio durante trinta a sessenta dias e realizar a sementeira na primavera a partir de vinte graus de temperatura exterior.

A estratificação consiste em guardar as sementes num meio específico, num local quente ou frio dependendo das espécies.

A Estratificação a frio ajuda a semente a sair do período de dormência, fragilizando o caroço, que fica mais quebradiço.

Leia mais sobre a sementeira do bonsai

 

Particularidade do carvalho em bonsai:

 

O bonsai carvalho é muito sensível ao oídio, pó branco nas folhas. Para diminuir o risco de aparição do oídio convém evitar regar ou molhar as folhas.

O carvalho é uma referência de perseverança e resistência no tempo contra todas as condições climatéricas extremas, seja tempestades, secas, trovoadas… O carvalho fica cada vez mais robusto até ser praticamente impossível ser retirado do solo por um temporal. Em contrapartida as repercussões são visíveis na árvore que propicia um aspecto irregular e deprimido, até parece triste devido às consequências das condições climatéricas extremas.

Em bonsai o carvalho tem a vantagem de deixar aparecer os ramos devido às suas pequenas folhas, folhagem leve e estrutura tortuosa, muito importante na hora de apreciar a estrutura do bonsai.

 

O bonsai carvalho é uma árvore majestosa, carregada de história e de simbolismo.

 

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