Bonsai prunus incisa
O bonsai prunus incisa provém de uma cerejeira japonesa que cresce naturalmente no monte Fuji no Japão.
Na natureza é uma árvore de pequeno porte, de crescimento muito lento e com pouco desenvolvimento radicular, mas com uma floração espetacular e a sua folhagem com pequenas folhas de três a cinco centímetros de comprimento, finas e profundamente dentadas, verde claro no verão com tonalidades de vermelho alaranjado no outono que torna este bonsai num exemplar extraordinário.
É um bonsai de exterior que produz uma profusão de lindíssimas flores e é de folha caduca.
A flor do bonsai prunus incisa quase não apresenta caule nenhum.
As flores, de dois a três centímetros de diâmetro, aparecem antes das folhas e ao contrário da sakura ou prunus serrulata, a flor do prunus incisa quase não apresenta nenhum caule, apresenta-se quase sempre como colada ao ramo e os bordos são arredondados sem nenhum recorte.
A seguir nasce o fruto que é parecido com uma pequena cereja.
O prunus incisa kojo-no-mai é uma pequena árvore de folha caduca da família das Rosáceas.
De crescimento relativamente lento, esta pequena árvore magnífica cobre-se de pequenas flores em março e abril, simples, em forma de sino e inclinando-se com elegância, de cinco pétalas brancas únicas tingidas de rosa pálido, com um a dois centímetros de comprimento que até podem cobrir todo o tronco.
As flores são únicas ou em pares. Seguem-se as folhas de quatro a seis centímetros, finamente dentadas, que começam por ser avermelhadas e depois tornam-se verdes.
Os ramos são eretos, ligeiramente ziguezagueantes e merecem ser parcialmente podados para melhorar a sua estrutura, como um acer japonês.
No outono, as folhas deste bonsai especialmente elegante vão ficar com uma soberba cor vermelha e laranja brilhante.
Na iberbonsai produzimos algumas variedades nos nossos viveiros como por exemplo prunus incisa kojo-no-mai e prunus incisa mikinori, a partir de estacas semilenhosas, que apresentam certas características significativas, tanto na beleza das suas flores como no porte em geral e suas ramificações interessantes em bonsai.
O prunus incisa mikinori ou cerejeira japonesa mikinori é um pequeno arbusto soberbo, apreciado pela sua espetacular floração primaveril e pela sua folhagem atraente.
O seu pequeno porte torna-o uma escolha versátil para bonsai.
Prunus incisa mikinori com 2 anos iberbonsai.
A estaca semilenhosa é a estaca de mais fácil elaboração e a mais habitual no mundo hortícola e nos bonsais também, aplica-se a muitas espécies perenes e coníferas. Recolha das estacas no fim do verão e no início do outono com madeira já amadurecida.
Consiste em recolher ramos com uma parte amadurecida e outra mais tenra e ainda verde na extremidade, regra geral em agosto até meados de setembro.
Cortar um ramo de dez a quinze centímetros de comprimento, sempre abaixo de um nó, única zona onde podem nascer as futuras raízes. Tirar os galhos laterais e tirar também a quase totalidade das folhas, deixando apenas as duas ou três últimas folhas, o objetivo é preservar as reservas nessas últimas folhas, que por outro lado não podem ser muito grandes para não desperdiçarem a água pela evaporação ou transpiração.
As estacas serão de seguida enterradas até metade da altura num substrato muito leve, apertando bem em volta para não deixar ar junto ao ramo, o que provocaria a secura impedindo o nascimento de novas raízes.
Manter num ambiente húmido tipo nevoeiro até começar a ganhar as primeiras raízes, depois passar a regar com microaspersores.
Continuar a ler artigo original sobre a estaquia do bonsai.
- O prunus incisa kojo no mai ou cerejeira japonesa kojo no mai é a mais pequena das cerejeiras de flor, com a sua ramificação em ziguezague, entrenós muito curtos de um a dois centímetros. Porte pequeno, folha caduca de cor verde, passando a vermelho alaranjado com tonalidades de amarelo no outono. Ramos tortuosos, gomos cor -de-rosa muito leves, pequenas flores brancas que podem cobrir por completo os ramos.
Magnífico em bonsai.
- O prunus incisa mikinori, cerejeira japonesa com floração cor-de-rosa no início, passando a branco com o tempo. Produz pequenas cerejas pretas não comestíveis. Folhagem verde ficando avermelhado no outono.
DICA:
- É recomendado vigiar a rega que, em excesso poderá comprometer a floração do ano seguinte.
As pequenas cerejas do prunus incisa contém sementes que podem germinar após um período de três meses de estratificação fria.
A estratificação consiste em guardar as sementes num meio específico, num local quente ou frio dependente das espécies.
Algumas espécie necessitam de uma estratificação quente para amadurecer o embrião da semente, enquanto a estratificação a frio ajuda a semente a sair do período de dormência, fragilizando o caroço, que fica mais quebradiço.
Ler artigo original sobre a sementeira do bonsai.
Não esquecer igualmente:
- O prunus triloba ou amendoeira de flor, originário da China, é um dos primeiros bonsais a florescer no início da primavera a seguir ao prunus mume. Flores dobradas de cor rosa claro.
- O prunus avium ou cerejeira brava, as pequenas flores brancas, em cachos aparecem no início da primavera, antes das folhas. produzem pequeno fruto parecido com com cereja, vermelho no início passando a preto quando maduro, particularmente apreciado pelos pássaros.
- O prunus mume, magnífico e espetacular bonsai e o primeiro a florescer, já aconteceu no nosso viveiro florescer no dia um de janeiro. Sem dúvida o mais bonito de todos os prunus em bonsai.
Curiosidade:
- O bonsai prunus mume tem uma particularidade: adapta-se às condições climatéricas do inverno. Quer isso dizer que os brotos das flores têm um período de dormência variável, mesmo que haja um período de frio muito intenso e que danifique as primeiras flores, ficam os brotos dormentes que sucedem a estes. Assim produzirá sempre flores qualquer que sejam as condições climatéricas.
bonsai prunus mume com flores, iberbonsai fevereiro de 2012.
O mundo do prunus ou ameixoeiras é de facto imenso:
- Prunus azorica, que como o seu nome indica é típica dos Açores onde é conhecida como ginjeira brava dos Açores, é uma das espécies mais raras da flora endémica dos Açores. Esta árvore floresce de maio a junho e é muito semelhante ao prunus lusitánica;
- Prunus cerasifeira ou amendoeira de jardim, nativa da Ásia ocidental, da Turquia à China e à Europa oriental. Cerasifeira em latim quer dizer porte cerejas.
- Prunus dulcis ou amygdalus, conhecida como árvore da virgindade. É a única árvore frutifera que nos oferece as suas magníficas flores rosas ou brancas no inverno, de janeiro a março, dependendo da região. É esta particularidade de dar flores mais precocemente que faz dela o símbolo da virgindade.
Originalidade do prunus dulcis: sendo a amendoeira autoestéril, as flores de uma variedade devem ser fertilizadas pelas flores de uma árvore de outra variedade e as duas árvores não podem estar a mais de quinze metros uma da outra.
- Prunus lusitânica, também chamada de louro português. O seu nome vem da Lusitânia, uma antiga província romana de Portugal que se estendeu até Espanha.
É um parente do loureiro cereja ou loureiro de palma, o prunus laurocerasus;
- Prunus Armeniaca: este é a árvore de damasco, nativa da Ásia, gosta de calor e é resistente à seca e temperatura abaixo de zero. Flores brancas ou rosa claro de fevereiro até ao final de março, fruto laranja;
- Prunus avium ou cerejeira brava. Flores brancas em março abril, que dão origem a pequenas cerejas ácidas. Folhagem interessante que muda de cor no outono do amarelo para vermelho ou uma mistura de ambos;
- Prunus cerasus. Ginja azeda, uma pequena árvore, mais pequena do que a cerejeira, produzindo uma ginja pequena, vermelha clara e azeda. A fruta é mais frequentemente utilizada na produção de pastelaria do que consumida como tal;
- Prunus domestica, ameixoeira comum ou ameixoeira europeia, pertence à família Rosácea e é nativa da Europa e da Síria. Foi introduzida em Itália pelos romanos. O tronco é reto, a casca é cinzenta e ligeiramente rachada e a árvore tem uma duração de vida de trinta a cinquenta anos.
- Prunus laurocerasus, também conhecido como louro de palma, louro cereja ou louro caucasiano. Na primavera pequenas flores brancas florescem em cachos e são gradualmente substituidas por frutos vermelhos brilhantes que se tornam pretos com a idade, parecendo cerejas, mas não são comestíveis;
- Prunus padus: esta é uma cerejeira pequena e interessante com uma floração original de primavera, soberba, leve e abundante. De abril a junho, as suas flores brancas libertam uma agradãvel fragrância de amêndoa. Os seus frutos vermelhos que se tornam pretos não são venenosos, mas o seu sabor doce e azedo é muito desagradável. Apenas as aves as adoram, daí o nome de cereja de ave;
- Prunus persica: este é o pessegueiro, é nativo do Extremo Oriente e do sul da China. Esta árvore floresce em fevereiro e março, gosta de calor e teme as geadas tardias que danificam as flores e reduzem a produção;
- Prunus cerotina ou cereja preta, é uma espécie que era utilizada principalmente pelos silvicultores para a qualidade da sua madeira e seu rápido crescimento;
- Prunus spinosa, também conhecido como prunellier, é um arbusto espinhoso com pequenos frutos azuis;
- Prunus cerasifera myrobolano, é uma cerejeira de flor ou ameixoeira de flor. É uma árvore muito vigorosa utilizada em bonsai e interessante graças aos seus pequenos frutos amarelos ou vermelhos a seguir a floração.
Myrobolan era outrora o nome de uma espécie de fruta seca utilizada em farmácia;
- Prunus cerasifera pissardi ou ameixa roxa, fabuloso por causa das suas folhas vermelho-púrpura que aparecem a seguir às belas e abundantes flores cor-de-rosa no início da primavera. As suas flores dão então lugar a pequenas ameixas vermelhas comestíveis, que ficam maduras fim de junho a julho;
- Prunus malaheb, conhecida como a cerejeira de Santa Lúci. É nativa do norte de África e vive no meio de colinas secas onde pode resistir ao frio extremo e à seca, tornando a sua madeira muito dura e com a particularidade de ser aromática;
- Prunus serrulata ou sakura, conhecida como a cerejeira japonesa. A sakura é um amuleto de boa sorte para o povo japonês.
Continuar a ler artigo original sobre o prunus em bonsai.
Como podar o bonsai?
A poda do bonsai prunus:
- A poda desta espécie é complicada, pois o objetivo é controlar não só a sua forma, mas também a sua floração. Por conseguinte, é necessário distinguir entre os botões florais e os botões foliares. Assim que as folhas caem, é preciso identificar os botões florais, que geralmente vêm em pares. Os ramos grandes que estão no cimo da árvore devem ser cortados, tendo o cuidado de deixar pelo menos um botão de folha, caso contrário, o ramo pode morrer após a floração.
- Recomendamos a poda quando o bonsai prunus não tem folhas. Consiste em deixar dois botões de folhas. É fácil de os reconhecer porque são mais grossos e mais ovais que os botões florais.
- O resto do tempo temos que praticar a pinçagem, que pode ser feita antes e depois do inverno, no entanto evitamos esta prática na época da floração, altura em que o bonsai é muito fragilizado.
Todos os bonsais de prunus incisa requer alguma atenção particular em relação à rega.
As raízes dos prunus são muito sensíveis ao excesso de humidade, portanto a primeira coisa a fazer é utilizar um substrato muito drenante e de qualidade como akadama hard quality por exemplo, assim poderá evitar situações mais penosas no futuro. Acrescentar pomice também será uma boa opção para evitar a compactação.
O torrão do bonsai prunus não pode ficar encharcado durante muito tempo, o apodrecimento das raízes é a causa mais frequente da morte dos bonsais.
Transplante do bonsai prunus incisa.
Como a maioria dos bonsais o transplante do bonsai prunus tem lugar a cada três anos, somente se o torrão estiver coberto de raízes. Como já vimos, o melhor substrato a utilizar é akadama hard quality que podemos misturar com pomice nos exemplares mais velhos para evitar a compactação do solo. O bonsai prunus não tolera um substrato constantemente húmido que pode engendrar o apodrecimento das raízes.
Vigiar sempre e sobretudo no inverno, os furos dos vasos que não podem ficar tapados com as raízes impedindo a evacuação do excedente de água da chuva ou da rega. É uma tarefa indispensável ao longo do ano, é uma garantia, basta dar uma olhadela diária e ver se tem água a estagnar nos vasos e se assim fôr temos que limpar os furos tirando as raízes que provocam a obtrução. Se mesmo assim a situação persistir teremos que pensar a mudar o substrato na altura certa.
Ler artigo original sobre o transplante do bonsai.